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A força dos shoppings no interior

O poder de compra e a elevação do nível de exigência do consumidor do interior vem fomentando o anúncio de novos shopping centers fora das regiões metropolitanas das capitais brasileiras. “Estamos falando de um crescimento de renda no geral e que a chegada de novos shopping também fortalece”, garantiu o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Luiz Fernando Veiga. Para se ter ideia, segundo o presidente, até o fim de 2013, os empreendimentos estarão equilibrados em distribuição entre capitais e cidades fora delas. E já a partir de 2014, os números de malls estarão em maior número no interior, por conta dessa descentralização do poder de consumo. “Até o fim do ano, haverá um recorde de inaugurações de shoppings, com novos centros em 41 cidades. Em 2014, serão mais 32”, contou.

Somente em Pernambuco, duas novas unidades serão inauguradas (Petrolina e Vitória) neste ano, somando quase 50 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL), e mais outra entregue em 2014, além de um expansão de um shopping já existente. As cidades tiveram um crescimento forte de renda por conta de indústrias anunciadas nos locais e centros de pesquisa que elevaram o nível do trabalho, alavancando os salários pagos nos últimos anos. Os dados oficiais, porém, ainda não refletem essa realidade. Dados do IBGE, do censo de 2010, mostram que o rendimento médio mensal das pessoas que possuem renda é de R$ 862,06 (Caruaru), R$ 847,71 (Garanhuns), R$ 937,07 (Petrolina) e R$ 669 (Vitória de Santo Antão).

Apesar desse novo contexto, a sustentabilidade dos projeto está sendo colocada em xeque. De acordo com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), o cálculo base de viabilidade de um empreendimento em uma cidade é feito na relação habitantes x porte, sendo a cidade de 150 mil pessoas para um mall de porte médio. O presidente não concorda. “É preciso considerar que a viabilidade no interior é mais barata. Os preços dos terrenos são mais baratos. O shopping aumenta o valor do emprego, disciplina o mercado, valoriza o entorno, entre outras intervenções”, pontuou.

Caruaru, no Agreste, é um exemplo prático dessa “contradição”. A cidade possui 315 mil habitantes e três shoppings, sendo dois médios e um de grande porte. Nessa conta, a cidade deveria ter, no mínimo, 500 mil habitantes. O North Shopping Caruaru teve anúncio de quarta expansão antes mesmo de inaugurar a terceira. São mais R$ 40 milhões para a cidade. “Assumimos uma postura regional dentro de Caruaru. Nosso mercado não atende mais apenas a cidade. Até nosso perfil de lojas é diferenciado, dentro de um complexo que contempla hotel e novas possibilidades de crescimento”, avaliou o superintendente do North Shopping, Marcus Belarmino.

O diretor executivo da Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), Raimundo de Almeida, afirmou que espaços para novos empreendimentos no interior de Pernambuco existem, mas o investimento precisa de análise forte. “Não se trata de qualquer interior e depende da dimensão do empreendimento”, destacou. “Vale lembrar que eles chegam menores e crescem com o mercado”, esclareceu.

>>Saiba mais

Veja cálculo básico de viabilidade de shopping centers

A conta aproximada, utilizada por especialistas, é que uma cidade de 150 mil habitantes comportaria um shopping médio.

>>Mapa das cidades do interior de Pernambuco que recebem shopping

Caruaru – 314 mil habitantes (três shoppings)

Petrolina – 293 mil habitantes (dois shoppings)

Vitória de Santo Antão – 129 mil habitantes (um shopping)

Garanhuns – 129 mil habitantes (um shopping)

 

Fonte: Com informações do Diario de Pernambuco

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