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A TRAGÉDIA DA HEMODIÁLISE DE CARUARU 20 ANOS DEPOIS. É O ASSUNTO EM DEBATE NO PONTO DE VISTA DESTE SÁBADO (27)

Há exatos 20 anos, o Agreste de Pernambuco se tornou palco de uma das maiores catástrofes da saúde pública do País. Mais de 100 pacientes renais crônicos que eram submetidos ao tratamento de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais – IDR em Caruaru morreram vítimas da água contaminada que fazia a filtragem do sangue dos doentes. A causa identificada como Microsystina LR (cianobactéria) só foi descoberta 52 dias depois de 38 pessoas irem a óbito. Foram vários estudos realizados na barragem Tabocas, de onde os caminhões pipa costumavam extrair a água do manancial para a clínica, que ficava localizada no bairro Maurício de Nassau. Esse caso mobilizou pesquisadores do mundo inteiro e ocorreu em fevereiro de 1996 ficando conhecido mundialmente como a Tragédia da Hemodiálise de Caruaru.

Os médicos donos do IDR acusados pela Tragédia, responderam na justiça em 2003, o processo cível. Eles foram absolvidos, porém obrigados à pagar indenizações no valor de aproximadamente cem mil reais para os 126 pacientes contaminados ou famílias das vítimas que estão com os nomes incluídos na lista da ação civil pública movida pelo promotor da época em Caruaru, Ricardo Guerra Gabínio. No entanto, menos de 10 pessoas foram beneficiadas nessas duas décadas. O juiz de Caruaru Tadeu Passos justifica, que nenhum bem material foi encontrado no nome dos proprietários da clínica. Os nefrologistas ainda aguardam na justiça o julgamento do processo criminal, que ainda não tem data prevista para acontecer.

Sobre esse assunto, a jornalista Eliana Victório entrevista no programa Ponto de Vista, deste sábado (27), a advogada Maria da Conceição de França Bezerra, que representa algumas famílias de pacientes. Foi ela quem descobriu que os médicos nefrologistas estavam recebendo um repasse de dinheiro do Sistema Único de Saúde sem a clínica está em funcionamento. A jurista acionou a justiça e conseguiu fazer o bloqueio do valor, e assim algumas famílias de vítimas foram indenizadas. O outro convidado é o gerente geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária Jaime Brito. Ele que é engenheiro sanitarista, chegou à Apevisa dois anos depois da tragédia, e a primeira medida que tomou foi alterar a legislação do tratamento de hemodiálise para o funcionamento das clínicas públicas e privadas no Estado. Com essa medida Pernambuco se tornou referência na qualidade do serviço prestado aos doentes renais em todo o Brasil.

O programa Ponto de Vista é neste sábado, às 18h50 na TV Tribuna/Band, logo após o Brasil Urgente.

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