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Antônio Moraes protesta contra aumento da importação de álcool em plena safra de cana no Nordeste

A decisão do Governo Federal que ampliou de 600 milhões para 750 milhões de litros a cota de álcool etílico que poderá ser comprada no exterior sem a tarifa de importação de 20% voltou a repercutir na Alepe. Em pronunciamento na Reunião Plenária desta segunda (9), o deputado Antônio Moraes (PP) pontuou que a portaria do Ministério da Economia, feita sem nenhuma contrapartida, prejudicará os produtores da Região Nordeste. E cobrou o posicionamento firme dos deputados federais pernambucanos.
“Estamos pagando o preço pela briga do governo americano com os chineses. Na hora que a China taxou a importação do álcool dos Estados Unidos, eles ficaram sem mercado. E uma das maneiras que encontraram foi aumentar a cota de importação pelo Brasil”, avaliou o deputado do PP. “O que mais chama atenção é que essa importação é feita quando começa a safra do Nordeste”, observou.
Para Moraes, haverá um “prejuízo enorme” para as economias de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. Segundo ele, o setor gera 250 mil empregos na Região. “O que se esperava, no mínimo, era que se aumentasse a taxa de importação do açúcar pelos Estados Unidos. Mas não houve esta compensação, ou qualquer outra contrapartida”, emendou.
O deputado frisou que o setor enfrenta dificuldades, principalmente devido à crise econômica e aos períodos de seca, e muitas usinas fecharam. Também salientou que grande parte da produção de cana, hoje, vem de pequenos e médios produtores. “É importante que os trabalhadores e empresários se articulem para cobrar um posicionamento dos deputados federais. Se o governo não voltar atrás, que consiga, pelo menos, aumentar com o governo americano a importação do açúcar”, prosseguiu.

Apartes – O deputado Antonio Fernando (PSC) reforçou que toda a cadeia produtiva será prejudicada, principalmente os trabalhadores rurais: “A cana continua sendo importante na geração de emprego”, disse. “Essa postura do governo demonstra falta de respeito com a indústria do País e faz pensar que há uma perseguição ao Nordeste”, agregou Doriel Barros (PT).
Romário Dias (PSD) sugeriu que a Comissão de Agricultura da Alepe faça, em conjunto com a de Desenvolvimento Econômico, um debate sobre o tema. “Por que não se reúnem os governadores do Nordeste, sindicatos, donos de destilarias e usinas para criar um tumulto, mostrando que vão inviabilizar o processo de produção de álcool no Brasil? Isso não pode continuar”, disse ele, que afirmou, ainda, que o etanol de milho dos EUA é de “péssima qualidade”.
Waldemar Borges (PSB) reiterou que os Estados Unidos protegem a produção por meio de subsídio, que a torna mais barata que os produtos brasileiros. “Esperava-se que o Brasil fosse eliminar a cota de importação de 600 milhões, mas aumentou, num ato de subserviência praticado pelo filho do presidente, que quer ser embaixador lá”, ressaltou.
Foto: Roberto Soares

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