Economia

Articulação contra os efeitos da seca: Apesar do arrefecimento…

Apesar do arrefecimento da estiagem, Pernambuco passa a contar com um Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas, coordenado pelo Sebrae. O espaço de discussão foi instituído ontem e vai congregar 12 instituições empresariais. A ideia é que essas instituições sejam formuladoras de propostas duradouras de convivência com e estiagem a serem adotadas pelo governo e pela sociedade em Pernambuco e no Semiárido brasileiro. A última seca, que se estendeu do final de 2011 até 2013, atingiu 1,2 milhão de pernambucanos.

O Fórum também vai contar com uma agenda anual de palestras. A primeira foi realizada ontem no Sebrae pelo economista Gustavo Maia Gomes, que falou sobre a “Dimensão das secas no Nordeste. Por que não avançamos em soluções?”. A proposta é que as palestras sejam mensais, mas em função da Copa do Mundo, a próxima só será realizada em julho. Os debates seguem até novembro, com a presença não só das 12 instituições que integram o Fórum, mas também de 140 lideranças empresariais e produtores rurais.

Presidente do Sebrae e do Fórum, Pio Guerra diz que o espaço foi criado depois de passada a fase mais crítica da seca como forma de manter o tema em discussão. “É exatamente quando a estiagem abranda que o assunto não pode arrefecer. A reunião da Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima), em setembro do ano passado, indicou que até o final do século haverá agravamento da pluviosidade em regiões como Amazônia, cerrado e caatinga, com perda para algumas culturas como milho, feijão, soja e arroz”, observa Pio Guerra.

Na última seca, que foi a mais severa dos últimos 50 anos, a produção de milho e feijão no Semiárido pernambucano inexistiu. A pecuária leiteira teve perde estimada em R$ 1,5 bilhão, incluindo a mortalidade do rebanho e o encolhimento da produção de leite. A decisão de criar o Fórum foi resultado da Missão Empresarial Faepe-Sebrae ao México e aos Estados Unidos, realizada em maio do ano passado, sobre “Tecnologia e Políticas Públicas em Regiões Suscetíveis a Seca – México e Estados Unidos da América”. Agora a ideia é trazer esses especialistas a Pernambuco para conversar com os produtores. Nos planos do Fórum também está a realização de uma nova missão técnica internacional, que poderá ter como destino a Austrália ou a Nova Zelândia.

Pio Guerra diz que o período chuvoso de 2013 não foi suficiente para reverter os danos da estiagem, colocando a classe empresarial, os produtores e, em particular, os pequenos e médios empresários, em uma situação de grandes dificuldades. Dessa forma, sem uma solução adequada para o suprimento de alimento e água, haverá uma redução significativa do dinamismo da economia local, com graves consequências para os pequenos negócios.

RESULTADOS

A partir dos textos produzidos nas palestras e de perguntas e respostas feitas pelos participantes de cada evento, será feita uma publicação ao final do ano. Essa edição será distribuída entre as unidades do Sebrae em cada Estado e Federações de Agricultura dos demais Estados, entidades do Fórum, lideranças do setor, gestores públicos, dirigentes e bibliotecas de instituições de ensino e pesquisa, produtores, empresários e demais interessados. Essa publicação também será colocada para download nos sites do Sebrae, da Faepe, e de instituições parceiras.

O Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas é composto por 12 instituições empresariais: Associação dos Criadores de Pernambuco (ACP), Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Associação Nordestina de Agricultura e Pecuária, Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Pernambuco (Facep), Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio), Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar) e Sindicato dos Cultivadores de Cana de Açúcar de Pernambuco (Sindcape).

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