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Artigo: 12 tiros no peito

Há 196 anos, o Recife foi transformado em uma Jerusalém tropical. Era uma quinta -feira, 13 de janeiro de 1825.  Com o sol forte, a população se acordou cedo para assistir a execução de frei Caneca, que acordou tarde.

 Na rua da cadeia ( hoje Rua do Imperador, ironicamente) uma tropa de soldados portugueses está posta para escoltar o condenado. O desceu as escadas da cadeia ( hoje, funciona o arquivo público) cambaleando.  Uma multidão ávida para assistir o sacrifício do patriota, esperava. Como um Cristo, frei Caneca marcha, acorrentado, para seu calvário ( a fortaleza das cinco pontas). Seguem vagarosos  pelas principais ruas do Recife.  No caminho corre a notícia de que um menino havia visto nossa senhora do Carmo chorando entre as nuvens.

A multidão olha para o céu. No pátio da igreja do Terço houve a cerimônia de anulação dos poderes eclesiásticos do frade carmelita. Diante da fortaleza, o cortejo macabro se encerra. O réu é preparado para o enforcamento. Três Carrasco se negam a puxar o laço que iria estrangular o jornalista ( fundou um dos primeiros jornais do Brasil, o Thifs Pernambucano).

Os carrascos levaram coronhadas dos soldados. A força foi substituído pelo fuzilamento ( havia pressa na execução). A escolta de 12 homens se preparava para atirar, quando um deles tomba acometido por uma crise de nervos. Ele se chamava João da Costa Palma, segundo a história. Foi logo substituído. Alguns historiadores falam que as últimas palavras do patriota foram: “irmãos, acertem o meu peito para eu não sofrer muito”. O comandante da escolta brada: sentindo!

Apontar (o povo chora, o patriota reza)! Fogo!!!!!!! O céu ficou cinzento, trovejou, choveu muito. Todos fugiram. O corpo ficou à mercê dos abutres. Durante a madrugada, outros patriotas encapuzados roubaram o corpo e o levaram para o convento do Carmo, onde foi enterrado em local desconhecido até hoje.  Pernambuco, por causa da bravura de seus filhos, perdeu boa parte de seu território, que foi anexado a Bahia (motivo da rivalidade entre baianos e pernambucanos).

 O grande herói brasileiro, além de injustiçado, foi esquecido por Pernambuco e seu povo, a que tanto amou o mártir da liberdade.    

Homenagem do jornal voz do Planalto à memória do grande patriota e mártir da liberdade.

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