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Atenção reforçada contra vírus H1N1

Acirculação das arboviroses pôs a população em alerta nos últimos meses, mas outros vírus também estão em movimento atípico. Pernambuco teve, neste ano, 13 casos confirmados de H1N1, dos quais três incluem síndrome respiratória aguda grave e outros 10 de síndrome gripal, que são quadros leves. O vírus, que não teve casos confirmados no estado em 2015, começou a circular mais cedo do que o habital, afirmam especialistas. No Brasil, São Paulo está em surto, com oito mortes registradas neste ano. A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco afirma que reforçou a vigilância.

As estatísticas feitas em unidades sentinelas pernambucanas computam 47 notificações de SRAG. No mesmo período do ano passado, eram 140 casos, ou seja, quase três vezes mais. Das notificações de 2016, 30 delas tiveram amostras coletadas para análise e três confirmaram para a H1N1. O número de confirmações é que de 2015 e 2014. As três internações ocorreram em janeiro e, segundo a secretaria, os pacientes evoluíram bem. Os casos de H1N1 sem agravamento foram distribuídos entre as outras três semanas epidemiológicas subsequentes, ou seja, ocorreram ao longo do restante do primeiro mês do ano.
Em 2016, as unidades sentinelas também notificaram 125 casos de gripe leve, incluindo as 10 confirmações para H1N1 pela metodologia de RT-PCR. O aprimoramento da vigilância, por meio desse teste, é considerado um dos fatores para a confirmação de casos antes do período habitual de circulação do vírus, no inverno. “A partir do segundo semestre de 2015, passamos a enviar todas as amostras ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, para realização de exame mais específico”, afirmou a gerente da Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis da SES-PE, Ana Antunes.

Também são considerados fatores de influência a grande circulação do vírus neste ano no Nordeste e a proximidade de Pernambuco com a Bahia, estado onde há predomínio do H1N1. Outra suspeita, explica o infectologista do Real Hospital Português Filipe Prohaska, é a circulação de turistas vindos dos Estados Unidos, Canadá e México, locais onde houve surto. “Ainda há dúvida sobre o que está acontecendo, mas os casos aumentaram muito após o carnaval, que neste ano foi mais cedo. Há possibilidade de as infecções por arboviroses terem diminuído a imunidade das pessoas. Mas isso é relativo”, acrescentou.

O vírus A(H1N1), que em 2009 levou o mundo a pandemia, é altamente contagioso e pode levar à morte. Na ocasião, São Paulo teve 38 mortes. No grupo de risco estão crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
As estatísticas atuais, garante Ana Antunes, não devem causar o mesmo temor de 2009, quando o vírus era desconhecido. Filipe Prohaska alerta para a necessidade de iniciar o quanto antes o período de vacinação, pela antecipação dos casos. A SES está monitorando os registros, enviando as amostras para análise laboratorial e também intensificando as ações de vigilância, reforçando a distribuição de medicamentos e as ações de prevenção, ressaltou Antunes.  Lavar as mãos com frequência e tomar a vacina são duas medidas importantes.
O período de vacinação começa em 30 de abril e segue até 20 de maio. Apesar de alguns especialistas defenderem a antecipação, o Ministério da Saúde afirmou que a iniciativa será “realizada neste período porque o imunobiológico só é entregue pelo laboratório nos meses que antecedem o inverno”.

A coordenadora do programa de Imunizações dos Estado, Ana Catarina Melo, afirmou que Pernambuco aguarda a chegada do material. “Quando você consegue atingir a população estabelecida, reduz em até 80% as interações e óbitos decorrentes da influenza.”
O ministério iniciará o envio da vacina aos estados em 1º de abril. Nas primeiras remessas (1º a 15 de abril), os estados receberão 25,6 milhões de doses, 48% do total da campanha. O Nordeste receberá 6 milhões de doses.

*Reportagem Alice de Souza/ Diario de PE

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