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BRASÍLIA// Duto duvidoso

Brasília, Segunda-feira, 29 de Julho de 2019 – nº 2.559.

Por Leandro Mazzini
Com Walmor Parente (DF), Beth Paiva (RJ) e Henrique Barbosa (PE)

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EXTRA
Duto duvidoso

Um tanque cheio para o Tribunal de Contas da União (TCU) mergulhar a fundo, e os futuros acionistas questionarem: a BR Distribuidora, em processo de privatização pelo Governo, cobre perto de 40% de uma rubrica milionária, e sigilosa, utilizada pela Plural (antiga Sindicom), a Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência. A BR é associada com Shell, Ipiranga e outras empresas. Uma Ata da associação indicou que ano passado foram gastos R$ 36,9 milhões, e houve aprovação de mais R$ 45 milhões, cujos investimentos não são detalhados. A BR – que paga quase metade disso – é uma empresa de capital misto, com a União como principal acionista.

Pluralidade

Como empresa da União, embora de capital aberto, a BR é passível de investigação do TCU, que poderá averiguar para que duto escorre esta dinheirama pública.

Privatização

O Governo vai vender 30% de ações na BR, aprovadas em assembléia. Ganhará mais de R$ 9,5 bilhões direto no Tesouro, e ainda manterá 37,5% da empresa de capital misto.

Como é?

Em nota, a Plural informa que “os recursos e investimentos da Associação são decididos entre e exclusivamente os seus associados”. Mas evita explicar a participação da BR.

Pra gringo.. 

Vai de mal a pior a transparência no Governo federal. A Lei de Acesso à Informação não é obedecida em alguns casos, já públicos, em ministérios e estatais. Recentemente, o Ministério da Justiça se negou a citar os nomes dos integrantes de grupo de trabalho, vinculado à Secretaria Nacional do Consumidor, que estuda… a redução da carga tributária dos cigarros – algo que não compete ao MJ, e sim à Economia.

..ver

A Comissão de Ética Pública da Presidência não tem divulgado suas atas, algo de praxe nos governos anteriores. Até o Poder Legislativo entrou na onda. No Senado Federal, o presidente Davi Alcolumbre barra divulgação das verbas indenizatórias dos gabinetes, e o portal na internet não divulga detalhes – como citamos há semanas.

Subindo

Willian Douglas, o juiz federal no Rio de Janeiro, também evangélico e um dos cotados para o STF, deve ser promovido a desembargador federal, por antiguidade, no TRF 2.

Manuela, a ponte

Começou nas redes sociais a campanha #apoiomanueladavila. Não há crime da ex-deputada do PCdoB em ser a ponte entre uma fonte e o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept. Mas ficou feio para ela, e o Ministério Público pode questionar.

Manuela quieta

O que se comenta entre procuradores: 1) Se o alvo do hacker fosse o aliado ex-presidente Lula, ela teria contatado Glenn ou denunciado o criminoso à PF? 2) Também é questionado o fato de Manuela se calar desde o início das denúncias, e mantido críticas à Lava Jato e Moro nas redes sociais, mas só se revelar após o hacker a entregar.

Triste isso

Pegou muito mal em Brasília a fala do presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, insinuando que o ministro Sérgio Moro age como ‘chefe de quadrilha’. Atinge a História da Ordem e põe sua gestão em descrédito, em razão da ligação de Santa Cruz com o PT, pelo qual foi candidato a vereador há muitos anos. O partido é investigado na Lava Jato. Não há nos registros da OAB tamanho ataque a um ministro da Justiça.

Cidadania urgente

Alagoanos organizaram três pontos de coletas em Maceió para doações de alimentos a dezenas de funcionários da Usina Utinga Leão. Muitos passam necessidades. A empresa é de Eduardo Queiroz, já condenado em 1ª instância pela Justiça Federal por fraude em gestão pública décadas atrás. Um acordo de R$ 7 milhões do Ministério Público do Trabalho com  a usina patina na lama da lavoura.

No chão

Aterrissou de vez uma parceria consolidada no Governo de Lula da Silva. A Linhas Aéreas de Angola anunciou a suspensão dos voos Luanda-Rio-Luanda.

 

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