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Capangas da Usina atiram durante madrugada e intimidam famílias do Engenho Una, em Moreno/PE

As famílias de trabalhadores rurais, moradoras do Engenho Una, vivem mais um dia de ameaças e tensão. Segundo informações dos moradores, a Usina Bulhões, proprietária do Engenho que está localizado no município de Moreno/PE, contratou capangas armados que permanecem em tempo integral no Engenho intimidando e causando tensão entre as famílias de sitiantes. De acordo com a denúncia recebida pela CPT, os capangas deram tiros durante toda a madrugada da sexta para este sábado, dia 02. Segundo a informação, os tiros eram dados com intervalos de duas horas e em locais diferentes do Engenho.

A situação de conflito na área já foi alertada e é de conhecimento dos órgãos governamentais desde dezembro de 2011, quando os moradores, em conjunto com a CPT, reivindicaram do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a desapropriação do imóvel para fins de Reforma Agrária. Contudo, as ações de violência por parte da Usina foram intensificadas nesta última semana. No dia 27, funcionários da Usina Bulhões interditaram todas as vias que dão acesso ao Engenho e desde então há presença sistemática de capangas da Usina nas proximidades das casas das 25 famílias que moram no Engenho. Três lideranças do Engenho já sofreram ameaças. Para os moradores, que preferem não se identificar com receio das retaliações, a intensificação da violência por parte da Usina é uma forma de expulsar os moradores do local e evitar a organização das famílias no processo de reivindicação do direito a Terra.

Estes últimos episódios de violência já são de conhecimento da Ouvidoria Agrária Nacional, da Secretaria de Direitos Humanos, do Incra, Ministério Público de Pernambuco e do Iterpe. O Desembargador Gercino Filho, da Ouvidoria Agrária Nacional já encaminhou um pedido de seguranças em carater de urgência às famílias do Engenho, mas até o momento as famílias encontram-se vulneráveis e propensas a ações de violência anunciada pela Usina. A Comissão Pastoral da Terra, em conjunto com a Fetape, que também acompanha o caso, permanece em constante alerta aos órgãos públicos competentes e exige que providencias sejam tomadas imediatamente para garantir a segurança e a vida das famílias de trabalhadores rurais que vivem no Engenho Una.

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