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Capela de São Francisco Xavier em Nazaré da Mata passa por obra de restauração emergencial

Cleide Alves-  JC ONLINE

Joia rara da arquitetura rural em Pernambuco, a Capela de São Francisco Xavier do Engenho Bonito, localizada no município de Nazaré da Mata, passa por obra de restauração mantendo a técnica construtiva com ajuda da ciência. Equipamentos modernos, de tecnologia de ponta, estão sendo usados para determinar materiais de época, fazer datação e identificar pinturas sobrepostas à camada original sem a necessidade de raspar paredes e forros, por exemplo.

A análise não invasiva dos bens culturais integrados, como é chamado o estudo, é feita com o auxílio de aparelhos de raio-X portáteis, que fazem a leitura dos elementos químicos presentes na composição da pintura e douramento de forros e talhas do prédio. “Com essa informação, vamos saber o período em que os materiais eram produzidos e definir a data das intervenções. Além disso, podemos remover as camadas de tinta das peças e chegar à etapa original com mais segurança”, diz o restaurador Enos Omena, responsável técnico da obra.

O trabalho é desenvolvido numa parceria com o Departamento de Energia Nuclear do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco, proprietário dos equipamentos. “É a primeira vez que se faz esse estudo com a UFPE e creio que servirá de piloto para outras pesquisas. Antes, recorríamos a equipes de Minas Gerais”, informa Enos. O levantamento de campo foi executado em janeiro último. Falta, agora, o resultado das análises laboratoriais.

Oito pessoas atuam na obra de restauração da Capela de São Francisco Xavier, iniciada em dezembro de 2014, de forma emergencial, com recursos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no valor de R$ 133.351,62. O dinheiro é aplicado na limpeza geral, documentação fotográfica, mapeamento de danos, higienização, fixação do douramento e proteção das pinturas do forro onde há rachaduras na madeira, para evitar mais desgastes.

Representante da arquitetura religiosa do século 18, a igreja é tombada como patrimônio nacional desde 1949 e preserva características do barroco joanino, que corresponde à primeira fase do estilo barroco, com talhas douradas e decoradas com figuras antropomorfas (humanas), fitomorfas (folhas e flores) e zoomorfas (animais).

Fechada para missas e batizados, a capela foi saqueada em 1993, quando furtaram 14 peças do altar-mor, púlpito e tribuna. Em abril de 2004 a Polícia Federal de São Paulo e o Iphan conseguiram recuperar uma delas: a talha que revestia uma pilastra do arco-cruzeiro (peça que separa a nave da capela), em poder de um colecionador da capital paulista.

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