Paulo Ferreira- Carpina, na Mata Norte, é um celeiro de bons poetas, alguns naturais da cidade e outros que a adotaram como terra natal. Dentre eles, destaca-se Luiz Siqueira de Brito. Poeta autodidata, Luiz nasceu no Recife, mas é “carpinense de coração”.
Sua nova publicação é “Segredos das Ninfas”, que será lançado no próximo dia 11 de julho, as 19hs, no auditório da Escola Técnica Estadual Maria Eduarda Ramos de Barros, em Carpina.
O poeta e escritor Janduir Medeiros, prefaciador do livro, considera “uma obra importante em favor dos devaneios líricos, das madrugadas, de todos os prosadores de esquinas, das silhuetas e da paixão”. Siqueira resgata, através desse livro, o romantismo e demonstra que ele ainda não morreu.
O poeta se revela em sua obra como um guardião do romantismo. Reforça a necessidade que todos devemos ter, conquistando diariamente a pessoa amada com gestos, palavras e atitudes; quando muita gente acha que saiu de moda. Quem não se enternece com a inocência paradisíaca e o enredo romântico do bíblico “Cântico dos Cânticos”? “O amor é forte como a morte” (Ct.8,6). “Tuas carícias nos inebriarão mais que o vinho/ quanta razão há em ti amar! (Ct.1,4). “Segredos das Ninfas” tem a simplicidade e a beleza do amor do “Cântico dos Cânticos”. O assunto é o amor como tal. Assunto também abordado em Gênesis, de forma sutil.
Segredos de Ninfas detalha com maestria os segredos do universo das mulheres que “desfilaram nas passarelas” do olhar do poeta. Medeiros compara os versos essencialmente líricos de Vinícius de Moraes à poesia de Luiz, tal é a beleza de seus poemas. Siqueira e Moraes notabilizam-se por dedicar muitos de seus poemas às mulheres.
Em sua obra, Cristina, Luza, Iracema, Elienai, Clarice, Elda, Carmelina, Noemi, Jaciara, entre outras mulheres são suas musas. Essas paixões foram tão fortes que ele chega a se interpelar: “Desse meu querer tão grande/Será que ela se esconde? Dentro de meu coração? Um olhar feminino lhe deixa “completamente deslumbrado”. O texto é leve, sensível, poético, de fácil compreensão.
Luiz de Siqueira oferece aos leitores uma poesia da melhor qualidade. “Dizem que o amor é assim/ Que se chora de felicidade/ Que se bebe água sem ter sede? E se sua sem sentir calor! “(O Amor, pag.17). “A lágrima mais sentida/ é quando se perde um grande amor” (Uma Bola de Sabão, pág. 38). “Não há distância/ Que separe dois amantes/ A força do pensamento une-os/ E os torna presentes”. “Adoro sonhar e conviver contigo, mesmo estando sozinho” (Doce Miragem, pág. 57). O amor pode nos tornar um pássaro: “Te daria o céu, o mar, a Terra/ E à noite ti levaria para meu ninho”. O “Segredo das Ninfas” ensina-nos que “a amada é mensageira da paz”. Siqueira devolve-nos o culto ao romantismo. O melhor é deixar-se conquistar pela beleza dos poemas desse livro.
