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Casos de dengue em Pernambuco aumentam 43,7% em janeiro

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Até o dia 21 de janeiro Pernambuco registrou 1,8 mil casos de dengue, um aumento de 43,77% em relação ao mesmo período de 2011. O crescimento foi provocado pelas condições climáticas (período de chuva intercalado com período de sol) e pela reintrodução dos vírus tipo 1 e 4 no Estado.
Para evitar o surgimento de novos casos, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) lançou, nesta quarta-feira (01), o Plano Estadual de Contingência da Dengue. Além das atividades de vigilância epidemiológica, assistência aos pacientes e apoio aos 114 municípios prioritários, a SES continuará mobilizando a população a utilizar medidas simples para extinguir os criadouros do Aedes aegypti  nas residências, onde estão localizados 90% dos focos do mosquito.
Ao todo, serão investidos R$ 5,6 milhões do fundo estadual, um aumento de 20% em relação a 2011. A Secretaria ainda ficará responsável por fiscalizar a utilização dos R$ 6 milhões repassados pelo Ministério da Saúde (MS) diretamente aos municípios.
“Neste ano, resolvemos colocar a população como principal agente de controle da dengue. Sabemos que 90% dos casos de dengue registrados foram provocados por focos existentes na residência do paciente. Por isso, é preciso mobilizar todo o povo pernambucano a manter reservatórios de água tampados, não jogar lixos em terrenos baldios, não deixar água acumular nos vasos de plantas, além de permitir a entrada dos agentes de endemias nas residências.”, diz o secretário estadual de Saúde, Antonio Carlos Figueira.
Para mobilizar a população, serão distribuídos mais de 1 milhão de filipetas, espécie de panfletos com o lema da campanha – “Em nossa casa, a dengue não entra” – e informações sobre como evitar criadouros do mosquito nas residência, além de 400 mil cartazes, 10 mil camisas e três mil bonés para os municípios e os agentes de vigilância ambiental. Para as escolas, serão distribuídas cartilhas educativas e um jogo da memória. As mídias sociais (Facebook e Twitter) também funcionarão como canais de informação para o público, além do número 0800.286.2828 ou pelo e-mail dengue@saude.pe.gov.br.

PLANO – As ações contra a dengue em 2012 levam em consideração os municípios com alta incidência da doença ou com alta concentração de população, como os da Região Metropolitana do Recife (RMR). Nessas 114 localidades, serão realizadas capacitações com as equipes da Vigilância Epidemiológica e monitoramento semanal das notificações da doença. Para dar esse apoio técnico, haverá contratação de 37 profissionais para as Gerências Regionais de Saúde (Geres) e núcleos de epidemiologia dos hospitais da rede. Para facilitar o deslocamento das equipes, 22 veículos já foram encaminhados às Geres.
No caso da assistência ao paciente, o foco será na capacitação das equipes de Saúde da Família, totalizando 1.008 profissionais, e na assistência especializada da rede estadual, com mais 1.223 médicos clínicos, pediatras e enfermeiros.
Ainda será feito a ampliação do número de leitos para receber os pacientes acometidos pela doença. Na rede municipal e estadual, existem 100 leitos para esse público. Outros 100 podem ser contratados na rede privada e conveniada caso haja necessidade. Um Comitê Estadual de Mobilização Social para o Controle da Dengue já está se reunindo semanalmente para avaliar todas essas ações.

LARVICIDA – Até junho deste ano, todos os municípios pernambucanos deixarão de utilizar o larvicida chamado Temephós para usar o Novaluron. A troca é necessária por causa da resistência do mosquito ao Temephós. De acordo com Claudenice Pontes, o Novaluron atua na larva, evitando a formação do mosquito. Ela também pode deixar o mosquito defeituoso e estéril. Os municípios da I e IV Gerências Regionais de Saúde (Geres), com sede em Recife e Caruaru, respectivamente, já foram capacitados para realizar a troca. Nesta terça-feira (31/01), a capacitação foi nas VIII e IX Geres, em Petrolina e Ouricuri.

LABORATÓRIOS – Além da unidade-sede do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE), alguns laboratórios do interior do Estado também estarão aptos a fazer os testes sorológicos para saber se os casos notificados foram ou não provocados realmente pela dengue. Atualmente, as Gerências Regionais de Saúde de Limoeiro, Caruaru, Serra Talhada e Petrolina já fazem os diagnósticos. A perspectiva é ampliar a ação para Afogados da Ingazeira, Palmares e Garanhuns. Além disso, continuará sendo prioridade a análise de 100% das notificações de casos de dengue grave em gestantes, crianças e óbitos.

Informações sobre a doença
Transmissão da dengue: A doença infecciosa é causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.
Sintomas da dengue clássica: Dor de cabeça, nos músculos, juntas e olhos; Manchas vermelhas no corpo e febre alta por cerca de uma semana; Vômito, diarréia e falta de apetite.
Sintomas da dengue hemorrágica: Dor abdominal, tonturas, desmaios; Sangramento nas gengivas, nariz e outros locais do corpo; suor frio, fezes escuras e vômito.
Tratamento: A dengue não tem tratamento específico. Recomenda-se repouso, tomar muito líquido e não ingerir medicamentos com ácido acetilsalicílico (AAS e Aspirina). Ao menor sinal, procurar um posto de saúde mais próximo de sua casa. No caso da dengue hemorrágica, a referência estadual é o Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Santo Amaro.
Cuidados importantes para eliminar os focos:
– Mantenha bem tampados caixas d’água, jarras, cisternas, poços ou qualquer outro reservatório de água.
– Mantenha as lixeiras tampadas e secas. Nunca jogue lixo em terrenos baldios.
– Coloque no lixo todo objeto que possa acumular água. O lixo deve ser colocado em sacos plásticos bem fechados.
– Lave os bebedouros de animais com uma bucha pelo menos uma vez por semana e troque a água todos os dias.
– Cubra e guarde os pneus em locais secos, protegidos das chuvas.
– Guarde as garrafas secas de cabeça para baixo e não deixe no quintal objetos que acumulem água.
– Encha os pratinhos de plantas com areia.
– Retire a água acumulada sobre a laje.
– Mantenha as calhas d’água limpas.

*Com informações da SES

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