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Cepe lança livro em homenagem aos 110 anos de Burle Marx

Bancos serpenteados e fontes e espelhos d’água convivendo com a vegetação exuberante e diversa da flora local estão ao alcance dos recifenses, em praças espalhadas pela cidade, graças ao paisagista brasileiro Roberto Burle Marx (1909-1994). Nesse mês de agosto, em que se comemora 110 anos do falecimento deste que é considerado “o jardineiro da América”, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) edita a obra “Burle Marx e o Recife: um passeio pelos jardins da cidade”. O lançamento será nesta terça-feira (27), às 19h, no restaurante O Pátio Café & Cozinha, no bairro das Graças. Em seguida, às 20h, haverá apresentação da Orquestra Vitória-Régia, sob a regência do premiado maestro Parrô Mello.
A obra de 168 páginas foi organizada a seis mãos (Maurício Cavalcanti, Ana Rita Sá Carneiro, Lúcia Maria Veras), e traz textos de Ana Rita Sá Carneiro, Joelmir Marques da Silva, Lúcia Maria de S. C. Veras e Onilda Gomes Bezerra. Sem falar do precioso registro fotográfico assinado por Sérgio Lôbo de 15 praças da capital pernambucana projetadas pelo paisagista. O livro é, portanto, dividido em 15 capítulos, cada um contemplando uma praça – Casa Forte, Euclides da Cunha, Derby, Várzea, Arsenal, Chora Menino, Largo da Paz, Maciel Pinheiro, República, Jardim do Palácio das Princesas, Entroncamento, Largo das Cinco Pontas, Dezessete e Jardim da Capela da Jaqueira e Ministro Salgado Filho. Em 2015, um decreto municipal classificou-as como Jardins Históricos. “Aqui foram plantadas, para além da vegetação, as ideias que floresceriam de uma arte muito especial de se fazer jardim, explorando, com princípios estéticos, a exuberância da flora brasileira. Conhecer é a primeira condição para se desejar proteger um bem público”, diz trecho de apresentação.
No título publicado pela Cepe todas as praças são identificadas com data do projeto paisagístico de Burle Marx e endereço, além de dados históricos e outras curiosidades sobre o lugar. Uma fonte de consulta para professores, arquitetos e outros profissionais, “buscando alcançar o objetivo que se enquadra na visão do paisagista sobre a necessidade e a importância da educação patrimonial”. O livro também conta com depoimentos de anônimos frequentadores que mostram ao leitor o oásis que pode ser uma praça em meio ao caos urbano. “Essa praça é o nosso lazer; eu trago meu cachorro pela manhã, fico descansando. No fim da tarde, eu venho de novo. Aqui eu não fico preocupado, descanso a mente, me distraio e fico isolado, olhando a beleza da natureza e me sinto mais relaxado. Me sinto à vontade”, diz o carpinteiro Eraldo da Silva, de 57 anos, sobre a Praça Ministro Salgado Filho, também conhecida como Praça do Aeroporto, situada na Avenida Mascarenhas de Moraes, no Ibura.
Paulistano de nascimento, Burle Marx chegou ao Recife em 1934, mas também viveu na Alemanha e no Rio de Janeiro. Por aqui, no entanto, cravou seu nome na paisagem ao atender convite de Carlos de Lima Cavalcanti, então governador de Pernambuco, para chefiar o Setor de Parques e Jardins da Diretoria de Arquitetura e Construção (DAC) do Estado de Pernambuco. Recife também foi sua primeira escola, como revela em discurso no Seminário de Tropicologia, realizado pela Fundação Joaquim Nabuco, em 28 de maio de 1985: “(…) minha experiência no Recife foi fundamental para o rumo que, posteriormente, tomou minha atividade profissional. Hoje, depois de 50 anos, sinto que essas experiências foram válidas e determinaram minha maneira de construir jardins. Sobretudo elas ensinaram-me o valor de observar, de ver. (…) não tenho dúvidas que em Pernambuco começou tudo.”

Serviço
Lançamento do livro “Burle Marx e o Recife: um passeio pelos jardins da cidade” (Cepe Editora)
Quando: 27 de agosto (terça-feira), às 19h
Onde: O Pátio Café & Cozinha (Av. Rui Barbosa, 141, Graças – Recife/PE)
Imagem: Cepe/Divulgação

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