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Delegada Gleide Ângelo propõe política de apoio aos jovens órfãos

O ingresso na maioridade é um marco social e psicológico de grande valia no desenvolvimento humano. Entretanto, esse processo pode ser demasiado cruel quando direcionado aos jovens acolhidos pelo sistema público – seja pela orfandade, seja pela destituição do poder familiar por abandono, violência doméstica, maus tratos, abuso e exploração sexual ou outras causas semelhantes. Por isso, a Delegada Gleide Ângelo apresentou um projeto de lei para a criação da Política de Apoio aos Jovens Egressos de Serviços de Acolhimento do Estado, que busca ofertar a este grupo de pernambucanos o mínimo de condições respeitosas e dignas para o início da vida adulta.

É de praxe que os jovens órfãos e abandonados que não conseguem ser adotados tenham de deixar os abrigos ao completarem 18 anos. Assim, muitos não sabem sequer onde vão passar a viver quando tiverem de deixar as instituições. Somam-se a isso as incertezas e inseguranças frente ao futuro, que podem se manifestar em crises emocionais que podem comprometer a mínima oportunidade que venha a aparecer. Portanto, é natural e necessário que o Estado se disponha a orientar quando da socialização destes cidadãos recém-saídos da adolescência e desprovidos do mínimo de apoio e infraestrutura. “A realidade pode ser muito dura e, sem a devida orientação e sem a menor oportunidade, é provável que (estes jovens) se envolvam com a ilegalidade, como o tráfico de drogas, por exemplo. A gente sabe que o destino de muitos pode ser a prisão ou mesmo a morte. Foram 18 anos na polícia. Infelizmente, é um roteiro que se repete”, desabafa a deputada.

Desta maneira, a proposta da parlamentar pretende garantir aos jovens sem nenhum tipo de apoio ou contato familiar, por exemplo, a continuidade do abrigamento em residências coletivas até a conclusão da formação educacional ou ingresso no mercado de trabalho. Além disso, devem ser criadas e articuladas junto aos municípios, Governo Federal ou mesmo empresas privadas e sociedade civil organizada políticas públicas, educacionais, culturais, sociais e profissionalizantes que possam ajudar estes jovens a atingir a autonomia financeira.

Assim, ao deixarem as casas de acolhimento, os jovens terão o prazo de até seis meses para se matricularem em cursos de educação básica, superior ou técnica, profissionalizante ou preparatório para vestibular ou concursos públicos, ou mesmo em qualquer programa de inserção no mercado de trabalho para seguirem amparados pela medida. Do contrário, serão excluídos da rede de atendimento. “É papel de todos prestarmos este tipo de assistência. São jovens, que precisam de uma educação profissionalizante que os prepare para a vida, precisam de um emprego para se manterem com dignidade. O que não pode, é a continuidade do que vemos hoje: jogados no mundo, sem ter para onde ir, sem nenhuma perspectiva de futuro”, conclui.

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