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Do interior da Paraíba para o mundo: a vida dePedro Américo em lançamento da Cepe Editora

A improvável história de um menino prodígio, nascido no Sertão paraibano, que reverteu um futuro incerto através da arte, tornando-se um dos principais pintores do século 19, é apresentada em Além do Ipiranga, a extraordinária vida de Pedro Américo e suas incríveis facetas. O livro, uma coedição da Cepe Editora e da Editora A União (PB), foi escrito pelo advogado Thélio Queiroz Farias e chega às livrarias em meio a duas efemérides que se relacionam: os 179 anos do nascimento do artista e o Bicentenário da Independência, que tem em um de seus quadros (Independência ou Morte!, 1888) uma de suas representações simbólicas.

O livro tem uma série de lançamentos nacionais até o final do ano. No Recife, ganha noite de autógrafos na Academia Pernambucana de Letras na próxima quinta-feira, dia 15, às 18h30. Pintor nordestino de notoriedade internacional, respeitado pela elite intelectual e admirado pelo povo, Pedro Américo chegou a reunir públicos de cem mil e 60 mil em exposições realizadas em Florença, (1988) e no Rio de Janeiro (Exposição Geral das Belas Artes da Academia Imperial de 1872), respectivamente.

Fartamente ilustrada, o livro traz em suas 244 páginas fatos inéditos da trajetória do artista. Conta com prefácio do professor, escritor e presidente da União Brasileira dos Escritores (UBE/SP), Ricardo Ramos Filho, neto de Graciliano Ramos, além de textos do artista plástico João Câmara e do presidente da Fundação Portinari, João Cândido Portinari.

A biografia é resultado de cinco anos de pesquisa que levou o autor a revisitar a história de Pedro Américo em fontes localizadas em Areia (cidade natal do pintor), Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro, Petrópolis, São Paulo, Florença, Paris, Bruxelas e Lisboa. Para além da pintura, Thélio Farias propõe apresentar talentos pouco conhecidos do artista, que também atuou como desenhista, caricaturista, romancista, poeta, ensaísta, cientista, filósofo, deputado federal, professor e intelectual ativo.

Sobre o artista – Um dos principais nomes da pintura histórica brasileira, autor de telas como A Batalha do Avaí (1872-77), A Carioca (1882), Independência ou Morte! (1888), Tiradentes Supliciado (1893), Pedro Américo nasceu em Real do Brejo Areia (hoje município de Areia), em 29 de abril de 1843. Vindo de família numerosa e de poucos recursos, criou fama desde pequeno por causa do raro talento com os lápis e tintas.

Foi descoberto por acaso, em 1853, pelo naturalista francês Jean Brunet, que ao se deparar com a aptidão do menino, então com dez anos de idade, o contratou como desenhista auxiliar em sua expedição científica que percorreu o Nordeste. Aos 11 anos, seguiu para o Rio de Janeiro onde se tornou aluno interno do Colégio Pedro II. Aos 12 anos, ingressou na Academia Imperial de Belas Artes e, aos 16 anos,  fez sua primeira viagem de estudos à Europa, contando com  o apoio do imperador Dom Pedro II, um conhecido mecenas.

A história de Pedro Américo, no entanto, foi marcada por adversidades. Comparado a Michelangelo pela imprensa britânica, sofreu críticas, foi acusado de plágio, perdeu o apoio imperial e não foram poucas as situações de fome e dificuldades na Europa apesar da fama. Morreu aos 62 anos, na cidade de Florença, onde vivia. Suas obras integram acervos dos principais museus brasileiros e de coleções particulares.

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