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Dor na amamentação

Quem fala que amamentar é fácil, tranquilo e prático não tem a noção sobre o mundo da amamentação e muito menos já amamentou um dia. Amamentar é um processo natural e fisiológico, porém, nem sempre é fácil. A preparação para o aleitamento materno se inicia bem antes do bebê nascer. A abordagem deve ser no período gestacional, através de consultas com o especialista no assunto, em curso em amamentação para grávidas e/ ou casais, entre outros eventos.

Por influência da mãe, avó ou da sogra, conselhos e dicas são dadas a fim de prepará-la para a lactação: “Passar bucha vegetal nos mamilos”, “ Passar cremes para hidratar e evitar estrias nas mamas ”, “ Usar pomadas para evitar feridas ”, “Comprar chupeta para acalmar e ajudar no sono do bebê ”, “ Comprar mamadeira para não amamentar por muito tempo e evitar que os seios fiquem caídos ”, “Não dar colo demais; a criança pode ficar com dengo”, são frases que, com o passar do anos, se tornaram mitos e as mães podem e devem buscar novos conhecimentos e condutas que favorecerão a amamentação de sucesso. Por usa vez, o profissional especializado que auxilia essa gestante, que amamentará, tem o papel importantíssimo nesse contexto, porque nem sempre a família conseguirá ajudá-la de forma correta.

O bebê nasceu e a história da amamentação começa a ser construída. Com ela vêm as dificuldades e a maior delas é a DOR. A dor na amamentação é um conjunto de várias patologias e a queixa da DOR se torna uma das principais causas de abandono da amamentação. E quais dificuldades podem causar dor durante a amamentação? Os problemas mais recorrentes são ingurgitamento das mamas, bloqueio de ductos lactíferos, mastite e abscesso mamário, ejeção de leite doloroso e dor/trauma mamilar e essa última tem uma incidência que varia entre 34% a 96% das mulheres que amamentam.

O ideal seria que desde a sala de parto esse binômio mãe/bebê fossem orientados adequadamente pela equipe multiprofissional para a “hora de ouro” que significa amamentar na primeira hora de vida do recém-nascido, a fim de protegê-lo imunologicamente sendo a oportunidade de construir condutas motoras que favorecerão a dinâmica da amamentação. Acontecendo ou não essa conduta na sala de parto e, posteriormente, nas enfermarias da maternidade, no ato da alta hospitalar existe uma mulher insegura, temerosa, tensa e nervosa de que algo possa dar errado ao se ver sozinha diante das dificuldades.

Logo podemos perceber o quão é importante a avaliação com uma consultora em amamentação e suas orientações, pois juntas podem traçar as condutas corretas considerando sempre a cultura, a rotina, o seio familiar e os aspectos socioeconômicos dessa mulher. Amamentar é complexo, não é fácil, exige treino, aprendizado, paciência, persistência e auxílio do profissional.

Thays Araújo – Enfermeira Neonatal e Consultora Materna.

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