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Dr. Aldo Mota anuncia retorno às atividades médicas

Aldo de Azevedo Mota, um dos mais conceituados médicos pernambucanos, é uma referência como profissional e como ser humano. Recentemente foi submetido a uma cirurgia para a troca das válvulas mitral e aórtica. Otimista, o médico comemora o resultado do procedimento, agradece às inúmeras orações e preces feitas por pacientes e amigos de diferentes denominações religiosas, e anuncia o retorno às atividades médicas ainda no primeiro semestre deste ano.

Diagnóstico e afastamento – “Quero falar um pouco sobre a necessidade que tive de me afastar das atividades médicas, coisa que para mim foi um trauma muito grande. Tive atingido um dos órgãos vitais, o coração. Se eu continuasse realizando cirurgias, poderia passar mal, ou seja, colocaria em risco a vida dos meus pacientes. Até fevereiro de 2019, como se sabe, eu já havia feito um procedimento na válvula mitral, em São Paulo, em uma cirurgia complicada. Mas fui assistido pelos melhores profissionais do Brasil, em um hospital que na época era o melhor da América do Sul.

Mesmo eu afastado, o quadro continuou a evoluir. Foi quando, em combinação com minhas filhas, resolvemos tomar as providências adequadas. Fomos a vários cardiologistas de renome e cirurgiões cardíacos. Todos eles achavam que a única solução era a cirurgia. Marcamos uma data da cirurgia, que chamamos de cirurgia para troca de válvulas (abre o tórax do paciente), mas sempre que aquela data chegava, algo acontecia para impedir. Por cinco ou seis vezes a cirurgia foi adiada”.

Preparação “Até que um dia, por vontade de Deus, – porque até então Ele não tinha permitido que eu me operasse – um paciente aqui de Pernambuco teve um infarto em São Paulo e chegou-se, através dele, a um médico que faz cirurgia vascular, um pernambucano que fez residência em São Paulo, na Suíça e na França e criou essa técnica. Quando ele viu meus exames, disse que operava. Era uma cirurgia de pouca experiência no Brasil. Pouca gente tinha recebido esse procedimento.

E não era uma, eram duas cirurgias: a troca da válvula mitral e a troca da válvula aórtica. Finalmente meu genro, o cardiologista Fernando Vianna, foi para São Paulo ver esse paciente e mostrou meus exames ao médico. Ele disse que operava e ficou com meus exames. Todos os cardiologistas, praticamente, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, que estiveram em congressos no exterior viram os exames, disseram que era possível operar, mas era uma cirurgia de grande risco. Eu até então estava receoso de fazer a cirurgia pelo risco de óbito – e porque já tinha passado momentos difíceis na cirurgia anterior-, mas cheguei à conclusão: se eu quisesse viver, se Deus permitisse, teria de fazer a cirurgia. Combinei com minhas filhas, Cristina e Keila, com alguns especialistas amigos meus, e resolvi fazer. Inicialmente se pensou em fazer em São Paulo, mas muitas dificuldades foram apresentadas, e o médico responsável foi o Dr. Breno Almeida. Ele é hoje o melhor cirurgião vascular que realiza esse tipo de cirurgia com estatística positiva muito grande.

Os exames foram realizados e chegou-se à conclusão de fazer a cirurgia. Então Dr. Breno Almeida, cardiologista e hemodinamicista, se prontificou a vim para Pernambuco para fazer a cirurgia. Veio com seu colega Dr. Adriano Caixeta, que também tem a mesma especialidade, e atuam no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ambos são especialistas no procedimento de troca de valva cardíaca por via percutânea (não invasiva). Foi um negócio tão espetacular, porque ele é um dos principais médicos nessa especialidade no mundo. No Brasil é precursor nesse tipo de cirurgia. E fez residência com os criadores do método. Não é uma cirurgia simples. Ficam duas equipes: uma de cirurgiões cardíacos e outra que tem a mesma especialidade do Dr. Breno. Isso foi acertado e marcado, porque Pernambuco hoje não deve a nenhum estado as condições de atendimentos hospitalares. E o Hospital Português tem a sala que se precisava. Chama-se sala híbrida, onde são realizadas cirurgias conhecidas como “céu aberto”, a exemplo do procedimento que fiz. Entrou uma equipe operando e a outra ficou na expectativa para o caso de haver complicações.”

O procedimento – “Essa cirurgia ocorreu na hora mais difícil de minha vida. Realmente eu não tinha esperança de viver por causa da falta de ar. Mas foi realizada com sucesso absoluto, não só pela proteção divina, que só permitiu acontecer na hora que eu tivesse condição de fazer, mas também pelos acontecimentos que permitiram uma equipe que veio de São Paulo, dois médicos junto com os daqui, que realizaram a cirurgia com duração de seis horas. Houve troca de duas válvulas, a mitral e a aórtica. Essa última já foi feita em vários lugares do Brasil e tem muita gente fazendo. Já a mitral poucos profissionais fazem. Estiveram atentos o anestesista e toda a equipe de alta competência, ficando como equipe de apoio. A equipe de cirurgia cardíaca de Pernambuco, de renome nacional, chefiada pelo Dr. Fernando Morais, também estava dando apoio. Graças a Deus não teve necessidade de intervir, porque não houve complicações”.

Agradecimentos – “Aproveito para elogiar a equipe composta por vários médicos só para observar a evolução da cirurgia. Ao Dr. Breno e equipe só tenho que agradecer pelos cuidados e habilidade que teve em cuidar de mim. E pelo cuidado que ele ainda tem. Junto a isso a equipe de cardiologistas clínicos: Dr. Afonso, Dra. Diana Lamprea que estavam na sala acompanhando todo desenvolvimento, e meu genro Fernando Vianna. Surpresa para mim, e obedecendo a vontade de Deus, consegui respirar melhor já no outro dia porque se passasse mais algumas horas eu teria morrido”. Compreensão “Gostaria de pedir a todos a compreensão de que não foram comunicados pelo fato emocional que eu estava passando. Cheguei ao ponto de não poder conversar com ninguém. Quando surgia um fato eu me lembrava do passado e só fazia me emocionar pela saudade que tinha do convívio com meus amigos”.

Dr. Aldo Mota com as filhas Cristina e Keila Mota

Recuperação e fé – “O acompanhamento pós- -operatório é excelente e mais uma vez agradeço pelas orações, pelos cultos religiosos espirituais feitos por meus amigos e pacientes que fizeram missa, reunião espírita. A soma de tudo deu o resultado de eu poder estar falando com vocês e agradecendo. Lembrando que a esperança que eu tenho é de voltar a atender com limitações, obedecendo aos cuidados de um coração que já se submeteu a três cirurgias e está funcionando muito bem. A todos os meus pacientes e amigos, muito obrigado pelo apoio, preocupação e por tudo que fortalece a mentalidade de um doente.

Quando se está com um problema desses e se sabe a evolução que é muito marcada pelo óbito, fica-se temeroso. Com um médico não é diferente, pois ele, além de saber, participa disso no dia a dia. E eu nesse momento tenho que elogiar a conduta do Dr. Breno Almeida e do Dr. Adriano Caixeta. Fala-se que a minha cirurgia foi a primeira do Brasil, está sendo pesquisado isso. De Pernambuco com certeza foi a primeira.

Agradeço ao meu amigo Fernando Morais por ter aberto o Hospital Português e pelo atendimento dos funcionários e dos plantonistas. Pela solidariedade e o carinho com que fui tratado”. A volta “A volta vai demorar um pouco porque o coração tem que se recuperar, pois sofreu muito com essa doença, diminuindo de tamanho. Tenho que guardar um relativo repouso, porque se eu entrar para trabalhar esqueço essas cartelas. Mas nesses 60 dias devo voltar a atender algumas consultas. Terei de ter uma vida profissional regulada para não pôr em risco a vida.

Na vida você aprende que não tem duas chances de viver, só tem uma. Quero dizer a meus pacientes e amigos que continuem rezando, orando pela minha recuperação, me apoiando espiritualmente. Agradeço, sobretudo, às minhas filhas Cristina e Keila que realmente são solidárias, me dão um apoio integral, 24 horas por dia. E é bom ter filhos dessa qualidade. Nem todo mundo tem isso. Graças a Deus, eu já sabia que seria dessa forma, mas foi confirmado nesse momento o carinho delas. O Aldo Mota escapou mais uma vez de um destino que não estava escrito para ele.

Agradeço a Deus pela proteção recebida por mim e também dada aos profissionais, pois não ocorreu nenhum erro no procedimento cirúrgico. Continuo com meu tratamento clínico. Obrigado aos cardiologistas de Pernambuco que me dão atenção toda especial, no Hospital Português. E quero lembrar a todos que estiverem com complicações cardíacas; podem procurar os cardiologistas de Pernambuco, pois não deixam nada a desejar aos de São Paulo, do Rio de Janeiro, nem aos de qualquer outro lugar. A todos vocês, aquele abraço carinhoso, convicto da sinceridade do carinho de todos por mim”.

*Matéria publicada na edição de janeiro do Jornal Voz do Planalto

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