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Em Goiana, exposição fotográfica retrata ofício das parteiras

A exposição fotográfica itinerante “Parteiras – Um Mundo pelas Mãos”, que retrata e homenageia uma ocupação considerada por muitos a mais antiga do mundo: o de parteira tradicional, chega ao município de Goiana, na Mata Norte. O projeto, concebido pelo Instituto Nômades e pelo fotógrafo Eduardo Queiroga, inicia a mostra nesta quinta- feira (05), na Praça do Carmo, no centro da cidade, e segue até o dia 11 de maio.

O trabalho de reunir fotografias sobre as parteiras, também popularmente conhecidas como assistentes, curiosas, cachimbeiras, fazedoras de emergência, surgiu ainda em 2008, com o fotógrafo e jornalista Eduardo Queiroga. Ele, que acompanhou os projetos do Instituto Nômades, o “Saberes e Práticas das Parteiras Tradicionais de Pernambuco” e o “Saberes e Práticas das Parteiras Indígenas de Pernambuco”, captou milhares de imagens de lá para cá. Dessas, foram selecionadas 200 fotos que compõem exposição, catálogo com distribuição gratuita e projeção de imagens que retratam a tradição das parteiras de Pernambuco.

O projeto conta com incentivo do Governo de Pernambuco, através do Funcultura e apoio do Grupo de Pesquisa Narrativas do Nascer/UFPE, do Grupo Curumim e das Prefeituras de Trindade e de Pesqueira. “Parteiras – Um Mundo pelas Mãos” é composta por fotografias impressas em tecido no formato 100 x 150 cm sempre montada em local público, de preferência um que sirva de referência para as parteiras, na forma de um grande varal. “O conceito da exposição passa por algo muito presente no cotidiano das parteiras: o pano. Ele, que costuma estar nos varais, nos quartos, faz, muitas vezes, papel de porta ou de divisórias nas casas, também acolhe o recém-nascido e abriga as mães”, explica Eduardo Queiroga.

Segundo Eduardo, as fotografias foram estimuladas pela vontade de aprender sobre quem são as parteiras tradicionais. A ideia era buscar respostas sobre quem são essas mulheres, como e onde elas vivem. Mas não respostas definitivas. “Apesar dessa liberdade no olhar, trabalhei com alguns limites. Eu não poderia pensar na propriedade documental, no sentido de retratar fielmente ‘uma realidade’. Acredito na fotografia como uma linguagem encharcada de subjetividade. Poderia contar essa história de muitas maneiras, mas o fato de existirem tantas possibilidades e subjetividades não impede que a fotografia traga informações importantes para o registro dessa cultura”, afirma.

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