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Em novembro, Festival Internacional de Cinema de Realizadoras realiza terceira edição

O Fincar – Festival Internacional de Cinema de Realizadoras terá sua terceira edição marcada para acontecer entre os dias 12 e 21 de novembro de 2021, em formato on-line. O festival abre inscrições para filmes curtas, médias e longas-metragens, de todos os gêneros e categorias realizados entre 2018 e 2021.  Nesta edição, o festival soma a participação de pessoas com outras identidades de gênero na realização. Além de receber filmes de mulheres cis e trans, o Fincar pela primeira vez abre espaço para obras dirigidas por pessoas não-binárias, transmasculinas e homens trans. As inscrições podem ser feitas gratuitamente pelo site www.fincar.com.br até o dia 22 de setembro. O Fincar tem produção da Vilarejo Filmes e incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura.

Sobre a ampliação do festival, a equipe envolvida na organização do festival destaca: No Fincar, “Cinema de Realizadoras” é antes de tudo uma convocação. Não é uma proposta de nova categorização de filmes ou um desejo por afirmar uma normativa de gênero. Queremos que Realizadoras seja uma palavra aberta ao não normativo. Sendo assim, afirmamos que o nosso Cinema de Realizadoras é uma convocação para que, além de mulheres trans e cis, pessoas não-binárias, transmasculinas e homens trans se aproximem de nosso festival com seus filmes e nas formações que iremos ofertar.

Seguindo algo que já começamos a investigar na nossa segunda edição, continuaremos projetando filmes que buscam transbordar representações fixas de gênero, questionando os padrões hegemônicos que querem dizer o que é e não é cinema e apostando na imaginação política como um dos caminhos para sairmos dessa situação que nos encontramos em nosso país.

Nesta edição, o Fincar conta com um conselho político para debate e direcionamento do festival. O conselho é formado pelos grupos Mulheres no Audiovisual Pernambuco – MAPE, Negritude do Audiovisual PE e FICINE – Fórum Itinerante de Cinema Negro. O festival também terá ações em parceria com a Universidade Livre Feminista e com o Observatório Latino-Americano de Realizadoras – Olar.

FORMATO – Dentro do contexto da pandemia da Covid-19 e frente às novas variantes do vírus, o Fincar decidiu adotar o formato online para a maior parte do festival, mas ainda estuda a possibilidade de realizar uma ou duas sessões presenciais em espaço aberto. “Estamos avaliando a possibilidade de fazer exibições ao ar livre, pois isso diz respeito ao nosso compromisso em construir redes que possamos expandir, pois estamos alertas às contradições que o mundo virtual nos traz: o encurtamento das distâncias geográficas e, o prolongamento do distanciamento causado pelas desigualdades sócio-econômicas”, afirma a diretora artística do festival, Maria Cardozo.

ARTE – A identidade visual do festival foi desenvolvida pela artista Thaysa Aussuba e pela designer Isabella Alves. A arte original criada por Thaysa tem a intenção de tornar plural a identidade visual do Fincar 2021, sem universalizar nem excluir vozes. “Os cartazes lambe-lambe criam uma paisagem reflexiva sobreposta à paisagem devoradora da cidade e/ou das mídias digitais. Nos cartazes compartilho citações de minha autoria sobre a potência da criação visual enquanto autocuidado”, explica Thaysa Aussuba, artista indígena em contexto urbano periférico, graduanda em Artes Visuais (UFPE), pesquisadora bolsista de processos criativos anticoloniais e de autocuidado (CNPQ)

Para a paleta de cores, são usados tons terrosos e quentes, que criam diálogos com matizes de solo em enraizamento e assentamento, com a intimidade aquecida e tonalidades de pele. “Ficcionalizar mundos habitáveis, assim como faz o audiovisual, também está presente no fluxo de águas e raízes que percorrem a arte, assim como flechas e seres híbridos. Uma vez que, no atual contexto de isolamento social, olhares têm sido redefinidos e surgem novas (im)possibilidades produtivas, só um ser híbrido para resistir a tais adversidades”, detalha a artista sobre a criação.

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