Destaques Últimas Notícias

Especialista explica o que é câncer bucal e quais hábitos ajudam a prevenir a doença

A cada ano, aumenta o número de casos de câncer no mundo e para lembrar o combate à doença, foi criado pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC), o 08 de abril: Dia Mundial de Combate ao Câncer. 

De acordo com a cirurgiã-dentista e Mestre em estomatologia, Maria do Carmo Nagahama, o câncer é uma doença crônica degenerativa que se caracteriza pelo crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outros órgãos do corpo. Na boca, ocorre quando os tumores malignos acometem os lábios e a cavidade oral.  

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, cerca de 90% dos diagnosticados com câncer oral são fumantes. “Pode afetar a gengiva, mucosa jugal, palato duro, língua, úvula e assoalho. A doença surge quando células desses tecidos sofrem o efeito de agentes cancerígenos que provocam modificações em alguns dos genes. Essas células transformam-se lentamente em malignas e podem iniciar o processo de multiplicação descontrolada que leva a formação da neoplasia maligna”, explica Maria do Carmo, que também é professora do curso de Odontologia da UniFTC Feira de Santana. 

Fatores de risco do câncer na boca

O hábito de fumar é um dos principais fatores de risco que podem levar ao câncer bucal. Segundo dados da Associação Americana de Câncer, se associado ao consumo de bebidas alcoólicas, aumenta a possibilidade de desenvolver um processo cancerígeno. 

Do ponto de vista epidemiológico, os homens na faixa etária de quarenta anos, que são alcoólatras e tabagistas são os mais acometidos, destaca Maria do Carmo. “Esse perfil vem sendo modificado, à medida que a incidência em mulheres com os mesmos hábitos vem subindo regularmente”. 

A especialista completa dizendo que a presença do vírus HPV na cavidade oral também tem sido relacionada na literatura como fator predisponente para o desenvolvimento de câncer na cavidade oral. “É preciso lembrar que a radiação solar é o principal fator para o câncer de lábio. Os fatores secundários podem contribuir também para o desenvolvimento, assim como hábitos alimentares deficientes, sedentarismo, má higiene e o uso de próteses mal adaptadas”.

Sinais e sintomas

Os principais sinais e sintomas são lesões (úlceras, nódulos, manchas) que não cicatrizam em quinze dias, manchas brancas e placas vermelhas, nódulos no pescoço e rouquidão. 

“Em casos mais avançados, há dificuldade de movimentar a língua, levando a disfagia e fonética dificultosa. A prevenção é fundamental para minimizar as sequelas e o diagnóstico precoce garante um aumento em 80% na possibilidade de cura”, alerta a professora da UniFTC.

Na análise do Instituto Nacional do Câncer (INCA) em 2017, ocorreram 4.923 óbitos por câncer da cavidade oral em homens e 1.372 óbitos em mulheres. “Os números demonstram a importância de ter uma dieta saudável, praticar exercícios regularmente e mudar o estilo de vida, pois ajuda na prevenção da doença, além da realização do autoexame para poder buscar possíveis alterações ainda na fase inicial”.

Câncer bucal tem cura 

O câncer na boca tem cura e o tratamento pode acontecer através de cirurgia e radioterapia, mas pode ser associado também a quimioterapia. “É essencial ressaltar que a doença pode deixar grandes sequelas e complicações após o tratamento. Quando o diagnóstico é tardio, ocorre maior invasão, o que pode comprometer, por exemplo, a mastigação, fonética e deglutição, além de deixar impactos estéticos que dificultam a inclusão do indivíduo no meio social. É fundamental que haja divulgação das informações sobre a doença e realizar o autoexame, já que muitos desconhecem a existência deste tipo de patologia”, concluiu  a cirurgiã-dentista, Maria do Carmo Nagahama.

Deixe um comentário