Saúde

Excesso de acidez no estômago causa úlceras e gastrite

Foto: Reprodução

Alimentos ácidos, condimentados e gordurosos costumam cair como uma bomba em estômagos mais sensíveis. É comer para logo sentir aquela azia ou queimação.

Cafeína, bebidas alcoólicas, cigarro e até o nervosismo também podem piorar problemas como gastrite e úlcera. Segundo uma enquete feita aqui no nsite, 34% das pessoas disseram que o estresse é o fator que mais desencadeia crises estomacais.

Isso ocorre porque, em situações de tensão, o sistema nervoso é acionado e estimula a produção de ácido clorídrico no estômago. Assim, o suco gástrico fica mais ácido e a agressão é maior.

O suco gástrico é formado basicamente por água, ácido clorídrico e enzimas digestivas. Seu pH varia entre 1,5 e 2, mas em indivíduos com gastrite ele fica ainda mais ácido. O pH é a escala que determina a acidez e vai de 0 a 14, em que 0 é o mais ácido e 14 o mais alcalino. O pH da água, que é neutra, é 7.

Segundo os cirurgiões do aparelho digestivo Fábio Atui e Marcelo Averbach, a gastrite é uma inflamação da parede do estômago e acontece quando a acidez aumenta tanto que começa a agredir o órgão.

Quando essa inflamação evolui, pode causar uma ferida mais grave, a úlcera. Mas é possível ter úlcera sem ter apresentado gastrite. E o problema pode atingir o duodeno, primeira parte do intestino delgado.

A gastrite está relacionada, ainda, à bactéria Helicobacter pylorii, presente na água e nos alimentos. Quando ingerido, esse micro-organismo passa a morar no estômago e estimula a produção de ácido.

Algumas pessoas têm um sistema de defesa mais forte e se protegem melhor. Naquelas com baixa imunidade, a bactéria pode provocar gastrite. Boa parte do tratamento é feita com antibióticos.

 

Sintomas da gastrite

– Queimação no estômago

– Mau hálito

– Dor de barriga ou diarreia

– Vômito com sangue

 

Para pacientes com gastrite ou úlcera, as frutas ácidas (como laranja e limão) devem ser evitadas. Algumas bebidas também aumentam a acidez no estômago. É o caso do café, do chocolate, do chá preto e do chá mate.

Da mesma forma, condimentos como pimenta, vinagre e alho, alimentos em conserva (picles e pepino), refrigerantes e frituras (pastel, coxinha, bolinha de queijo, etc) devem ser cortados do cardápio.

 

Além disso, devem ser evitados balas, gomas de mascar e pirulitos, porque, conforme mastigamos e salivamos, nosso cérebro recebe um sinal de que a comida está entrando no corpo e sinaliza para o estômago que está na hora de produzir ácido clorídrico, já que a comida vai chegar. Só que os alimentos não são engolidos e o ácido traz prejuízos à mucosa.

 

Nível de acidez dos alimentos

 

Pouco ácidos (pH maior que 4,5): feijão, brócolis, couve-flor, alface, cebola vermelha, peixe, manteiga, milho, leite, queijo e ovo.

Ácidos (pH entre 4 e 4,5): beterraba, tomate, pimentão vermelho, cerveja, uva verde e uva roxa.

Muito ácidos (pH menor que 4): pepino, limão, laranja, azeitona verde, vinagre, refrigerante de cola, suco de maracujá, picles e pimenta.

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Diagnóstico- Pessoas que convivem no mesmo ambiente de alguém com gastrite têm mais chance de ter a doença. Isso porque elas geralmente compartilham maus hábitos alimentares e a situação de estresse familiar. Além disso, podem ter ingerido o mesmo alimento ou água que contenha a bactéria H. pylorii.

No ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) fez quase 1 milhão de endoscopias, principal exame para detectar inflamações na parede do estômago.

Um tubo de menos de 1 cm com uma câmera na ponta entra pela boca e vai até o estômago. Um sedativo faz a pessoa dormir e tira o desconforto do aparelho. Um chip, que fica na ponta do tubo, conduz a imagem para um monitor, onde o médico observa o corpo por dentro. A câmera desce até o duodeno e mostra inflamações ou feridas na parede gástrica. O exame leva de 5 a 10 minutos.

 

*Com informações do G1 SP

 

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