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Fala de Bolsonaro agita meio político

Ontem (24), o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), fez um pronunciamento em cadeia nacional de televisão. Na ocasião, o presidente convocou a população a voltar à vida normal, abandonando o isolamento social recomendado por todas as autoridades de saúde mundiais. Em sua fala, Bolsonaro criticou os governadores dos Estados, que têm tomado medidas restritivas de aglomerações para reduzir os números de contaminações. “Nossa vida deve continuar, os empregos devem ser mantidos, o sustento das famílias deve ser preservado, devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa”, disse Bolsonaro.
O pronunciamento de Jair Bolsonaro pegou de surpresa integrantes do Palácio do Planalto. O discurso foi preparado no gabinete do presidente com a participação de poucas pessoas e em segredo. O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), considerado o mais radical do clã, participou da elaboração do texto. Também estavam presentes, segundo o jornal “O Estado de São Paulo” apurou, integrantes do “gabinete do ódio”, onde atuam assessores responsáveis pelas redes sociais pessoais do presidente e ligados a Carlos.
Após o pronunciamento o presidente recebeu uma enxurrada de críticas do Congresso, gestores estaduais e municipais, profissionais da saúde, além da sociedade civil. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, foi um dos que discordaram do posicionamento. Na ótica do pessebista, o presidente vai na contramão do que o próprio Ministério da Saúde recomenda. “Discurso que, lamentavelmente, comprova que o Brasil está sem comando num dos momentos mais desafiadores da história”, publicou Câmara em uma rede social.
Além de Paulo Câmara, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), apontado como possível adversário de Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais, disse que há “há poucas esperanças” de que o presidente “possa exercer com responsabilidade e eficiência a Presidência da República”. “Os danos são imprevisíveis e gravíssimos”, criticou.
Foto: Reprodução

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