Matias, 6 anos, gosta de andar de skate e de surfar com o pai, o jornalista Marcelo Cartaxo, 41. Também se diverte quando a mãe, a arquiteta Paula Laranjeira, 40, o leva para brincar no Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife, ou para tomar banho de piscina. Andar no triciclo é outra alegria para o garoto, que devido a uma paralisia cerebral não anda e não fala. Mas estimulado por sessões de fisioterapia realizadas no Recife, em São Paulo e no Chile, ele aos poucos vai dando pequenos passos. E se depender dos pais, o menino vai longe. Para custear o tratamento, Marcelo e Paula lançaram, pelo terceiro ano, a campanha Inclusão é Atitude.
Camisas com o desenho do personagem Mat Mat (inspirado em Matias) surfando estão sendo vendidas por R$ 30. Estrelas do surf mundial, os brasileiros Gabriel Medina (campeão mundial de 2014), Filipe Toledo e Caio Ibeli (integrantes da Liga Mundial de Surf), além de Fábio Gouveia (campeão mundial amador), foram convidados para participar. No vídeo de lançamento da campanha, eles estimulam as pessoas a se integrarem nessa corrente do bem. O maratonista Vanderlei Cordeiro, medalha de bronze nas Olimpíadas de Atenas (aquele que foi agarrado por um fanático quando liderava a prova), é outro que instiga a adesão à campanha.
O tratamento no Chile começou em outubro de 2013. Até hoje Matias e seus pais estiveram em Santiago quatro vezes. Outras três viagens foram para São Paulo. “Percebemos que desde as primeiras sessões de fisioterapia no Chile Matias avançou bastante. Ficou mais ativo, mais ousado para tentar se movimentar”, comenta Marcelo. No primeiro ano da campanha, em 2014, o arrecadado com a venda de cerca de 2 mil camisas bancou as despesas e ainda possibilitou a compra de uma cadeira de rodas e de botas especiais para o garoto. Em 2015, segundo ano da campanha, foram 1.100 camisas.
Para este ano, Marcelo estima que se vender 2 mil camisas terá dinheiro para pagar mais cinco viagens, de abril deste ano até abril de 2017. Serão três idas para o Chile e duas para São Paulo. As sessões de fisioterapia, em Santiago, são cobradas em dólar, o que encarece o tratamento. “Não sabemos onde Matias vai chegar. Mas sabemos que se ele andar haverá novas conquistas, ele terá mais independência”, diz Paula, que deixou de trabalhar para acompanhar o filho nas idas semanais às sessões de terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia e fisioterapia.
“Temos o sonho de um dia ver nosso filho andar. A gente não depende que Matias ande para ser feliz, mas o que tiver ao nosso alcance, faremos. Quem é pai ou mãe sabe que vamos lutar sempre pelos nossos filhos”, observa Marcelo. As camisas (infantil e adulto) estão à venda na loja Mentor, no Shopping Parnamirim (Rua João Tude de Melo, 77, fone 3267.3511).
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