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FIG: autor de livro vencedor do Prêmio Pernambuco de Literatura lança a obra na Praça da Palavra

Por: Julya Vasconcelos

O livro de Walther Moreira Santos toma emprestada uma frase de Bernard Shaw, que intitula e serve de epígrafe à obra: “A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos e afia-nos, conforme o metal de que somos feitos”. A frase antecipa um pouco do clima do livro, apresentado pelo escritor ontem (23/7) durante a palestra que antecedeu o lançamento de “O metal de que somos feitos”, um dos vencedores do segundo Prêmio Pernambuco de Literatura, realizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco em parceria com a Editora Cepe. “Isso é incrível porque se sua alma é de lata, você se destrói no caminho, mas se é de um metal forte, você é afiado pela vida”, comenta o escritor enquanto apresenta, capítulo a capítulo, o livro ao público presente.

sEric Gomes

A frase de Shaw parece realmente ressoar nos temas de cada um dos 13 contos do livro, que indicam tomar como ponto de partida sempre uma tragédia pré-anunciada, já estabelecida ou irreversível. São personagens feitos de metal frágil, reféns de seus conflitos internos e sentimentos pouco edificantes, guerras sangrentas e desilusões. São vítimas de si mesmos e da pedra de amolar da vida.

O prazer do texto
Durante a palestra, além da apresentação minuciosa do seu livro, Moreira Santos discorre mais detidamente sobre a importância de dessacralizar a literatura, tirá-la da esfera do obrigatório e jogá-la no âmbito do prazer. “Eu tenho a teoria de que todos nós somos apaixonados por literatura, mas o fato dela ser sempre associado à importância e não ao prazer a afasta das pessoas”. Fala sobre a sua experiência de palestras em escolas e propõe um novo olhar para a formação literária de crianças e adolescentes.

“O metal de que somos feitos” pode ser adquirido no estande da Cepe, na Praça da Palavra, até o final do Festival de Inverno de Garanhuns. O exemplar custa R$20.

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