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Gordofobia: Um Mal do Século XXI

Por Sâmia Véras ativista do movimento Plus Size em Pernambuco

Numa sociedade preconceituosa onde se busca cada dia mais o padrão de beleza perfeito  aquele imposto pelo mundo da moda e da mídia, que dita como “padrão perfeito de beleza”, aquele cujo corpo é magro, cabelos lisos, olhos claros, pele branca. As pessoas perderam a certeza da valorização do ser e apropriaram-se da regra imposta, trazendo  para si e para o outro uma concepção  rotulada de beleza a qual a ignorância e a valorização ao ser propriamente dito se mistificou e propagou uma aversão o que realmente venha a ser padrão de beleza. 


Padrão de beleza em sua essência não se diz respeito do que os outros planejam e criam sobre seu corpo, sobre sua aparência ou sobre seu jeito de ser e viver. Padrão de beleza é essencialmente aquele que cabe em meu corpo, em meus princípios, em minhas características físicas, sejam essas características naturais inerente à vida ao corpo ou aquelas que podemos transformar mudar de acordo com a vontade própria de cada pessoa; dito como exemplo: a cor do cabelo .
A Gordofobia se instaurou no meio do povo silenciosamente manifestando-se com força no passar do tempo.De acordo com o Ministério da Saúde no ” Brasil, mais da metade da população, 55,7% tem excesso de peso. Um aumento de 30,8% quando comparado com percentual de 42,6% no ano de 2006. O aumento da prevalência foi maior entre as faixas etárias de 18 a 24 anos, com 55,7%. Quando verificado o sexo, os homens apresentam crescimento de 21,7% e as mulheres 40%.25 de jul. de 2019″. (

https://www.saude.gov.br).
Diante dessa estatística mais da metade da população hoje é denominada “gorda” onde isto implica que, mesmo que o agressor não seja, gordo ele tem alguém na família ou em seu ciclo de amizade com índice de afetividade maior que são  gordas e o preconceito a pessoa gorda continua gigantesco imperando um mau que causa transtornos psicológico sérios na vida das vítimas , acarretando um desenvolvimento de impacto nas esferas educacionais,corporativos,alimentares,físicas,psíquicas inerente ao homem e a toda população no contexto generalizado.


Apesar de ser uma característica como outra qualquer “gordo” ou “gorda” hoje para a sociedade não faz correlação a característica física e sim a grupo de pessoas doentes (nem todo gordo é doente e nem todo magro está saudável). Ditas feias na aparências, menos inteligente que as demais, mal cheirosos, desleixadas, gulosas, enfim, sem perspectiva de vida.

A GORDOFOBIA está presente em todos os exemplos mencionados acima e o mais difícil de toda esse caos gordofóbico são as mulheres em seu dia a dia, que procuram de maneira desesperadora com o objetivo de fugir, não tornando-se alvo ou até mesmo as que já foram ou são vítimas  do preconceito procuram se enquadrar no modelito do “Padrão Imposto”  e para que isso aconteça e evite que lhes tragam danos  afetando a sua autoestima e inferindo seus anseios próprios se submetem a dietas mirabolantes;milagrosas inexistentes com efeitos irreais do ponto de vista nutricional mas,bem real do ponto de vista médico, causando ainda mais desestímulo emocional e desencadeando outros tipos de doenças pois,essas dietas não soluciona e as frustrações são dobradas.


 Foucault afirma:           “Pensamos que o corpo tem apenas as leis de sua fisiologia,e que ele escapa à história. Novo erro: ele é formado por uma série de regimes que o constroem; ele é destroçado por ritmos de trabalho ,repouso e festa; ele é intoxicado por venenos , alimentos ou valores, hábitos alimentares e leis morais, simultaneamente; ele cria resistências.”
Diante do exposto , a maioria das pessoas preferem viver em paradigma impostos do que vivenciar seu próprio paradigma.  Mesmo assim é  para com os paradigmas da beleza real, pois no dia que o ser apropriar-se dos seus valores, suas características físicas, valorizando seu corpo e suas peculiaridade assim,estaremos entrando em uma nova camada onde o que impera é o seu padrão próprio de beleza e caso precise mudar seja por decisão própria com profissionais capacitados para contribuir com a mudança de maneira correta,sensata onde o bem estar e a saúde prevaleça.
A Gordofobia trata-se de uma prática presente nos diversos grupos sociais e faz-se necessário um exercício de cidadania que impere a conscientização e o respeito ao outro, onde o estado precisa intervir no sentido de criar políticas públicas que coiba a agressão e puna o agressor por meio da criação e implantação de leis que beneficie a vítima de violência.
Os efeitos dos movimentos e projetos de ativismo a causa Plus Size como o Projeto de Empoderamento Feminino “As Mil Faces de Uma Plus” em Pernambuco e dentre muitos outros no Brasil, evidenciam claramente seus anseios as práticas de combate ao preconceito, o despertar para uma sociedade mais justa e igualitária.

REFERÊNCIAS
FOUCAULT,M. Microfisica do  Poder. 15. ed.Rio de Janeiro: Graal,2000.
Ministério da Saúde. Disponível em:https://www.saude.gov.br › noticias

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