O movimento contrário a atual gestão pública do município de Timbaúba, iniciado pelos vereadores Ulisses Felinto Filho, Severino Gomes da Silva (Tiba) no início de 2013, aponta para uma oposição sistemática ao deputado federal Marinaldo Rosendo (PSB) e ao prefeito do município, Júnior Rodrigues.
A princípio, a discordância dos vereadores custou “perdas” por parte da gestão. Tiba, por exemplo, foi expulso do PSB, partido que, em 1990, junto ao saudoso Miguel Arraes de Alencar, ajudou a difundir em Pernambuco, sendo, desde então, o presidente do diretório de Timbaúba. Ele e Ulisses passaram a fazer um programa de rádio que, com o apoio da população, procurava mostrar “falhas administrativas” e o “descaso com que a população do município vem sendo tratada”.
Outras lideranças entenderam que os vereadores oposicionistas desgarrados tinham sofrido as consequências do que “estava verdadeiramente acontecendo em Timbaúba”. “A resposta dessa percepção aconteceu já na eleição passada, quando Marinaldo Rosendo não conseguiu para si a votação de deputado federal que repassara para Ana Arraes, em 2010”, diz a oposição.
“Daí em diante, foi só aperto, mais descaso e acúmulos de ações administrativas que não deixaram a máquina pública funcionar em favor do povo”, relata a fonte. O advento da crise política nacional agravou ainda mais a situação. Vieram os cortes de repasses federais e, com isso, “o município praticamente parou”. O setor de Educação, que era a “menina dos olhos” do ex-prefeito, “entrou em colapso”.
Líderes da oposição contam que a Prefeitura cortou o transporte escolar para os universitários, chegando a cobrar uma taxa de R$ 100,00 (cem reais) para quem quisesse usufruir do transporte. “O apoio à saúde foi resumido ao extremo e, para piorar, veio a proliferação de novas doenças virais causadas pelo Aedes aegypti. Para completar, desde o mês de setembro do ano passado, a atual gestão não conseguiu mais colocar os salários dos servidores em dia. O caos se estabeleceu ao ponto do Ministério Público vetar investimentos para a realização de uma das mais tradicionais festas do município, o Carnaval”.
Esses fatos, no entender dos vereadores, deu fôlego ao discurso de Ulisses, Tiba e Jacinto. “Nesse período, outros vereadores e lideranças locais engrossaram as fileiras da oposição ao descaso, como é chamado o novo grupo político que está se formando no município”. O vereador Zé da Rua, Jurandir do Calçamento e o atual presidente da Câmara, Josinaldo Barbosa, além dos ex-vereadores Givanildo Muniz e Gedson Marcos estão nessa frente, entre muitos outros que aderiram ao grupo.
O vereador Ulisses Felinto aparece como o pré-candidato natural a prefeito de Timbaúba nas eleições deste ano. Ele é o nome de consenso do grupo, goza de uma grande simpatia das camadas populares e adquiriu “o respeito da sociedade, como um todo, por conta de suas atitudes e posições”.
No ano passado, ele filiou-se ao PSDB do deputado Antônio Moraes, que faz a intermediação do grupo com o ex-prefeito Bartolomeu Ferreira Lima. Também no ano passado, Ulisses assinou uma parceria com Flávio Moura, genro do ex-prefeito Gilson Muniz, para tornar público, através da Rádio Princesa 1000, “os descasos da atual gestão e apresentar à população as propostas da nova frente política do município”. Recentemente, Ulisses realizou o tradicional bloco carnavalesco “‘Imperial na Folia” e arrastou cerca de 10 mil foliões, que se vestiram de azul para demonstrar o seu apoio ao mesmo.
(Com Jorge Daniel Oliveira)