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História de Miro dos Bonecos é contada em documentário

Por Josi Marinho 

Das primeiras tentativas utilizando um cabo de vassoura para reproduzir os bonecos, ao reconhecimento internacional do mestre mamulengueiro, a trajetória do carpinense Ermírio José da Silva, 53 anos, será relatada no curta metragem, em formato de documentário, “Miro: um sonho que virou boneco”.

O trabalho dele encanta crianças e adultos, sejam em feiras, exposições e apresentações culturais. Os convites são recorrentes e a produção dos bonecos é realizada durante todo o ano.

O interesse pelo ofício surgiu aos sete anos de idade, quando Miro se maravilhou com a encenação do mamulengo do Mestre Solon, na feira livre de Carpina. A partir dali, ele decidiu, sozinho, reproduzir aqueles bonecos. “Eu botei no meu coração que um dia eu vou fazer um negócio desse”, relembra ele.  O sonho de criança o transformou em um artista reconhecido por seu trabalho e um representante do município, que também é conhecido como a terra do mamulengo.

O lançamento de “Miro: um sonho que virou boneco” acontece no próximo ano com data a ser definida pela equipe de produção, formada pelas produtoras culturais, que no projeto trabalham como diretoras e roteiristas, Joseane Rocha, Maria José Barros e Joice Andrade, proponente da peça. As gravações estão sendo realizadas pela equipe da Batuque Estúdio. O financiamento é do FUNCULTURA.

“Nosso foco não é somente mostrar o mamulengueiro, porque este praticamente todos já o conhecem. Nossa preocupação agora é com a trajetória dele. Nosso foco é a história do homem Miro. Mostrar como se formou esse homem artista, tudo o que ele passou para se tornar o bonequeiro reconhecido e com trabalhos em várias partes do mundo também”, comenta Joseane Rocha.

O roteiro está na fase das gravações externas. O plano é terminar essas tomadas até dezembro deste ano e, em janeiro, iniciar a pós-produção e finalização do curta-metragem. O script baseia-se no relato biográfico do próprio Miro e de sua esposa, Maria José da Silva, além de reproduzir algumas cenas que marcaram a sua trajetória. O enredo conta ainda com entrevistas e depoimentos, a exemplo do mamulengueiro João Galego, um dos primeiros a incentivá-lo a se apresentar com os bonecos, que ele já fabricava, e da coordenadora do Colégio Salesiano, Auxiliadora Mara, que relata o período em que ele trabalhou ali, como jardineiro.

Parte das gravações foram realizadas no ateliê de Miro e, as primeiras cenas externas, em uma chácara na localidade de Açudinho, na feira livre e no Colégio Salesiano, em Carpina.

A cada gravação, a equipe tem descoberto histórias marcantes da trajetória do bonequeiro. “Estamos encantadas com a forma como Miro pensa e como enxerga o mundo, a forma como ele reage diante dos acontecimentos do mundo. São atitudes muito simples, mas que falam do seu caráter. A postura que ele assume, diferencia-o dos outros mamulengueiros.  Ele tem uma visão mais atualizada e de comprometimento de construção de um mundo melhor, além da visão pedagógica em suas apresentações”, relata Maria José Barros.

O elenco é formado por Elaine da Silva, filha do bonequeiro, representando a mãe dele, Eduardo Simplício de Souza, que atua no papel de pai de Miro, Caio Felipe interpreta o irmão e Kleiton Gabriel, que estreia como o artesão na fase de criança. A proposta para a produção do curta metragem surgiu a partir da pesquisa “A Flor do Mamulengo”, realizada no ano passado, e que fez  um resgate sobre o mamulengo na Mata Norte.

 

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