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Milhares de fiéis participam da Ordenação de Dom Limacêdo na praça da Catedral, em Nazaré da Mata

Na tarde do dia 10 de junho, cerca de 5 mil fiéis lotaram a praça da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, em Nazaré da Mata (PE), para acompanhar a Ordenação Episcopal de Dom Limacêdo Antônio da Silva, nomeado pelo papa Francisco, em 04 de abril de 2018, bispo titular de Salde e auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife. A celebração campal teve como bispo ordenante Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena (bispo de Nazaré), e como bispos coordenantes Dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife, e Dom Severino Batista de França, bispo emérito de Nazaré. Um momento de grande alegria e emoção para a Igreja Particular de Nazaré, neste Jubileu Centenário de sua criação. Caravanas de várias paróquias da Diocese estavam presentes, especialmente das cidades de Aliança, Goiana, Paudalho, Machados e Limoeiro – onde padre Limacêdo teve a oportunidade de exercer seu ofício de sacerdote.

Seminaristas, diáconos e presbíteros da arquidiocese de Olinda e Recife e da diocese de Nazaré também marcaram presença na cerimônia de ordenação, que contou com a participação de 21 bispos de diferentes dioceses e arquidioceses do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dentre eles, Dom Paulo Jackson (Garanhuns) e Dom José Luiz Ferreira Salles (Pesqueira), bispos das outras duas dioceses centenárias; além de Dom Jorge Tobias de Freitas, bispo emérito de Nazaré.

Após o início da Santa Missa, começa o rito de ordenação episcopal, que abarca a apresentação do eleito, levado pelos presbíteros assistentes à presença do Bispo ordenante principal, diante de quem ele faz a devida reverência. O Monsenhor Limacêdo foi conduzido pelo chanceler da diocese de Nazaré, padre José Nivaldo (que leu o mandato apostólico), e pelo coordenador das pastorais da Arquidiocese de Olinda e Recife, padre Josenildo Tavares (que apresentou à Igreja o pedido de ordenação episcopal). Depois desse momento, seguiu-se a homilia, proferida pelo bispo ordenante, Dom Francisco Lucena.

Referindo-se ao filho de Nazaré, Dom Lucena expressa o sentimento de alegria por esse acontecimento tão importante dentro das comemorações deste Ano Jubilar. “É grande a alegria que hoje enche o nosso coração. É a alegria desta querida Igreja diocesana de Nazaré, na qual o Monsenhor Limacêdo foi gerado, educado na fé, exerceu seu sacerdócio e, hoje, será ordenado bispo”, falou. Dom Limacêdo foi o segundo nazareno a ser eleito bispo. O primeiro foi Dom João Tavares de Moura, primeiro bispo da diocese de Garanhuns, no agreste de Pernambuco.

Ao discursar sobre o ministério episcopal, em sua homilia, Dom Lucena esclareceu que o Episcopado – plenitude da ordem sacerdotal – não é uma honra, mas um serviço. “O Bispo deve distinguir-se mais pelo serviço prestado que pelas honrarias recebidas. Pelo ministério do Bispo, é Cristo que continua a proclamar o Evangelho e a distribuir aos que creem os sacramentos da fé. Pela solicitude paternal do Bispo, é Cristo que incorpora novos membros à Igreja. Pela sabedoria e prudência do Bispo, é Cristo que conduz seu povo nesta peregrinação terrena até a felicidade eterna”, enfatizou.

O momento culminante da cerimônia é a imposição das mãos e a prece de ordenação. O eleito se levanta, aproxima-se do bispo ordenante principal, que está de pé diante da cátedra, com mitra, e ajoelha-se diante dele. Em silêncio, o ordenante principal impõe as mãos sobre a cabeça do eleito, sem dizer nada. E assim aconteceu: depois de Dom Lucena, os demais bispos, um a um, aproximaram-se do monsenhor Limacêdo, impuseram as mãos sobre ele, em silêncio, e ficaram ao lado do ordenante principal até ao fim da prece de ordenação.

O rito de ordenação prosseguiu com a unção da cabeça com o óleo do Crisma, sinal de consagração para o serviço de Deus; entrega dos Evangelhos, como símbolo da missão de mestre da fé e anunciador da Palavra de Deus; entrega do anel, sinal da aliança que o Bispo faz com Cristo e de fidelidade à Igreja; imposição da mitra, significando o poder espiritual do Bispo; e, por fim, a entrega do báculo pastoral, símbolo do serviço pastoral. Terminado o rito de ordenação, o novo bispo foi acolhido com muita alegria por toda a assembleia, composta pelo clero, religiosos(as), membros de novas comunidades, representantes de movimentos, pastorais e serviços, e o povo de Deus em geral. Nos ritos finais, Dom Limacêdo, juntamente com os bispos coordenantes, deu a sua primeira bênção episcopal.

Representando o clero da jubilosa Diocese de Nazaré, padre Severino Correia dirigiu uma palavra de acolhida ao novo membro do corpo episcopal. “Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?” (Jo 1,46), ao citar o questionamento de Natanael a Filipe, o sacerdote destacou a ordenação de Dom Limacêdo como um grande marco para a Diocese de Nazaré, neste Ano Jubilar. “A sua ordenação coroa o centenário de nossa diocese”, afirmou. E continuou: “Nestes 100 anos, quanta coisa boa saiu desta Igreja Particular. Quantos padres santos, homens dedicados, corajosos, bispos, religiosos(as), catequistas, evangelizadores”, recordou.

Dom Fernando Saburido também acolheu Dom Limacêdo, dizendo da alegria da arquidiocese de Olinda e Recife em recebê-lo como bispo auxiliar. “Foi, sem dúvida, uma notícia maravilhosa, uma notícia pascal. Foi um presente de Deus para todos nós! Queremos agradecer muito a esta diocese filha que, na ocasião de seu jubileu, dá esse presente à arquidiocese mãe de Olinda e Recife”, declarou. O arcebispo de Olinda e Recife encerrou seu discurso lembrando e reiterando o convite para a celebração de posse de Dom Limacêdo, que acontece às 16h do próximo dia 30 de junho, na Catedral da Sé, em Olinda.

Emocionado, o  novo bispo fez um agradecimento especial à sua mãe, a senhora Maria José da Silva, de 81 anos, ao seu falecido pai, aos familiares, bem como ao clero e aos amigos que conquistou ao longo dos 32 anos em que serviu – com dedicação e alegria – a igreja de Nazaré.

“Que pretensão desse matuto de Nazaré de ir contra a graça de Deus”, avaliou Dom Limacêdo, ao narrar acontecimentos que marcaram o dia em que recebeu o comunicado de sua nomeação pelo representante do Vaticano. Em menção ao seu lema episcopal “Verbum caro factum est” (“O verbo de Deus se fez carne” – João 1,14), o bispo auxiliar asseverou: “Temos que nos encarnar!”, destacando que não pode haver distâncias entre o serviço episcopal e as diversas realidades presentes no meio social.

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