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Mulher que deu à luz e deixou bebê na lixeira diz nunca ter ficado grávida

G1– A mulher que deu à luz no banheiro de um hospital e deixou a criança na lixeira, no município do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, nega que tenha tido uma filha. De acordo com a Conselheira Tutelar do município, Jane Ferreira, ela está transtornada e acredita que nunca esteve grávida, mesmo que o hospital tenha detectado a presença da placenta e realizado exames de ultrassonografia, que mostraram o bebê.

A mulher continua internada e sob custódia da Polícia Militar na maternidade do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife, aonde foi transferida para receber assistência pós-parto. De acordo com a delegada que registrou o caso no sábado (31), Josineide Confessor, ela foi autuada por tentativa de homicídio e vai ser encaminhada à Colônia Penal Feminina do Recife assim que receber alta médica.

A suspeita deu entrada no Hospital Dom Helder Câmara por volta das 5h de sábado (31), reclamando de dores abdominais. Através de uma ultrassonografia, médicos detectaram a gravidez. Em seguida, ela foi ao banheiro e teve a criança, mas deixou-a no lixeiro com um absorvente na boca. Quando saiu, relatou que estava tendo um sangramento, mas não disse que já tivera o bebê. A criança só foi encontrada quase duas horas depois.

Ainda de acordo com informações do Conselho Tutelar, a jovem contou que teria sofrido abuso sexual no começo do ano. “Ela não falou para ninguém. A mãe até reparou que ela tinha mudado de comportamento, chorava muito. Ela disse ter sido abusada e ficou calada. Não sabia que estava grávida quando foi ao hospital com dor”, explica Jane. A família da jovem, de acordo a delegada Josineide Confessor, pediu exames de DNA para comprovar a maternidade.

Confessor explica que a mulher pode estar negando a maternidade devido a mudanças psicológicas causadas pelo ‘estado puerperal’, onde o corpo pode sofrer alterações psíquicas e físicas devido ao parto. “O hospital tem a ultrassonografia de quando ela estava grávida e de quando o quadro mudou. Mas estamos dependendo de um laudo para constatar o estado puerperal, o que pode tê-la levado a atentar contra a vida do próprio filho”, diz. Esse laudo só poderá ser produzido quando ela sair da unidade de saúde.

A bebê segue internada no Imip, em observação, com quadro de saúde estável. O Conselho Tutelar do Cabo de Santo Agostinho informou que, se nenhum parente puder ou quiser ficar com a menina, ela será encaminhada para adoção.

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