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Museu do Estado (MEPE) recebe a exposição Açúcar: Um Doce Meio Amargo – See more at: http://www.cultura.pe.gov.br/canal/artesvisuais/museu-do-estado-mepe-recebe-a-exposicao-acucar-um-doce-meio-amargo/#sthash.cDhi2dX6.dpuf

Alejandro ChaskielbergAlejandro Chaskielberg

A produção do açúcar no Brasil, Holanda, Indonésia e Suriname será retratada numa importante e necessária exposição fotográfica. A mostra, desenvolvida pela fundação holandesa Noorder­licht e originalmente batizada de The Sweet and Sour Story of Sugar, no Brasil foi traduzida para Açúcar: Um Doce Meio Amargo. Estará em cartaz no Museu do Estado de Pernambuco (MEPE) de 29 de outubro até 07 de dezembro, e envolverá o trabalho de seis renomados fotó­grafos de vários países, sendo eles: Alejandro Chaskielberg, James Whitlow Delano, Ed Kashi, Carl de Keyzer, Tomasz Tomaszewski e Francesco Zizola.

A exposição já passou pelos outros três países já citados, colonizador e colônias, ligados pela produção do açúcar. A primeira edição brasileira da mostra aconteceu entre outubro e novembro de 2013, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) e foi um dos destaques do Festival de Fotografia de Campinas Hercule Florence. Em cada lugar por onde passou, a mostra incorporou aspectos regionais. Não será diferente em Pernambuco, onde teremos outras imagens relativas ao tema central da exposição, que estarão impressas em sacas de açúcar, compondo o cenário da mostra.

Ed KashiEd Kashi

Estas fotografias são fruto de um workshop que foi ministrado pelo fotógrafo e artista multimídia Iezo Kaeru. A oficina fotográfica envolveu seis jovens fotógrafos e fotógrafas do projeto Oi Kabum! Escola de Arte de Tecnologia do Recife. Eles realizaram diversas saídas, com visitas aos engenhos Monjope (Igarassu), Engenho Moreno, Engenho Una e Usina Auxiliadora (todos em Moreno), além dos centros das cidades de Goiana e Recife. Os alunos registraram em torno de 3 mil fotografias, das quais 44 foram selecionadas para serem impressas nas sacas de açúcar.

A exposição Açúcar: Um Doce Meio Amargo propõe uma reflexão so­bre o passado, o presente e o futuro deste produto tão importante na história da humanidade e seu papel na globalização do mundo de hoje. A edição pernambucana da mostra está sendo realizada graças a uma parceria do Governo de Pernambuco, através da Secult e Fundarpe, com a Embaixada do Reino dos Países Baixos, cuja sede fica em Brasília, e Instituto Plataforma Brasil (IPB). O projeto recebe ainda co-patrocínio da Empetur e apoio da Akzo Nobel.

Franceso Zizola

A vinda da exposição para Pernambuco é resultado do reconhecimento do Governo sobre a importância da economia da cana-de-açúcar para o estado. “Além da relevância estética, considerando a excelente produção fotográfica que reuniu trabalhos de fotógrafos de vários países, existe a necessidade de contribuir com o aspecto itinerante da exposição, que passou pelos territórios onde o cultivo desta matéria-prima foi decisivo para sua economia e cultura. Pernambuco não poderia deixar de apoiar esta iniciativa e agora esperamos que possa ser bastante visitada, por toda população do estado”, avalia o secretário de Cultura Marcelo Canuto.

HISTÓRIA – O cultivo do açúcar está nas raízes do Brasil, trazido pelos colonizadores no século 16. História bem definida pelo historiador Evaldo Cabral de Mello, no livro Um imenso Portugal (2002): “O açúcar inventou uma paisagem originalíssima, marcada pelos canaviais e pelo decantado ‘triângulo rural’, a casa-grande e a senzala, a capela e a fábrica, mas também depredou o meio físico, empobreceu o solo, poluiu as águas dos rios e devastou a Mata Atlântica. Ele desenvolveu um estilo de vida que marcou a existência de todas as camadas da população que integrou, reservando, contudo, seus privilégios a uns poucos”.

O doce calórico ajudou as sociedades urbanas europeias a crescerem a um nível nunca visto antes das conquistas das colônias nos trópicos, terra fértil para a produção da cana-de-açúcar, que tornou-se o produto mais valioso comercializado mundialmente. Assim, Holanda, Brasil, Suriname e Indonésia são países historicamente interligados pelo açúcar. A Holanda, depois de ser expulsa do Brasil em 1654 pelos portugueses, passou a cultivar a cana no Suriname e na Indonésia. Finalmente, o país passou a produzir seu próprio açúcar a partir da beterraba, cultivada em suas terras argilosas.

O açúcar da beterraba cresceu fortemente no século 20, mas declinou com a diminuição dos subsídios agrícolas na União Europeia. Muitos agricultores pararam de produzir e as fábricas fecharam. No Suriname, restaram somente as sombras da produção, feita pelas mãos de escravos e imigrantes que depois chegaram. Na Indonésia – atualmente o segundo maior importador de açúcar – as fábricas do século 19 milagrosamente ainda estão em atividade. No Brasil, ao contrário, o açúcar e seus deriva­dos como o etanol, estão em pleno desenvolvimento. O país tornou-se o maior exportador do mundo. Portanto, deve encontrar um caminho sustentável para este doce meio amargo.

Exposição Açúcar – Um doce meio amargo

Abertura: 29 de outubro (Até 07 de dezembro)

Local: Museu do Estado de Pernambuco (MEPE)

Av. Rui Barbosa, 960, Graças, Recife-PE.

E-mail: museu.mepe@gmail.com

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