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Nos trilhos do desenvolvimento

Estação ferroviária de Carpina foi decisiva para o progresso da cidade

O prédio da antiga Estação de Carpina, situado no centro da cidade, é um cartão postal e faz parte do patrimônio ferroviário de Pernambuco. A plataforma de embarque e desembarque de passageiros foi inaugurada em 1882 e fez parte do cenário, em outras épocas, de encontros e oportunidades para conhecer novos lugares. Em seu entorno se organizou o comércio. Os trilhos permitiram a comunicação com outras cidades, o transporte de passageiros e de cargas.

No entanto, a situação atual da linha é de abandono. O imóvel da antiga estação, apesar de manter as características da construção original, transformou-se em uma residência e no mesmo espaço também funciona uma lan house. Parte dos trilhos foi retirada para a abertura de novas vias de acesso para os veículos e pedestres. Quem passa no local não imagina que ali está uma peça importante da história da cidade que completa no próximo dia 11 de setembro 90 anos de emancipação política.

O desenvolvimento econômico, social, turístico, político e a urbanização começaram a partir da instalação da ferrovia. Ali perto surgiram as primeiras habitações que deram origem a vila. Destaque para o Hotel de Gabriel, de propriedade de Gabriel Melo, que abrigava os viajantes que procuravam estadia em Carpina para conhecer o local, tratar de negócios e até mesmo para o repouso das longas viagens. O delineamento das ruas, avenidas e demais elementos da organização urbana surgiu a partir da Estação Ferroviária.

A responsável pela construção dos 84 km de extensão da linha foi a empresa inglesa Great Western do Brasil, que ligava Recife a Limoeiro. Assim Chã do Carpina ganhou, em 1882, uma estação intermediária entre Paudalho e Limoeiro. Da estação partiam os trens para Limoeiro, Recife e Paraíba. O som do trem ecoava e servia de alerta para a meninada que se divertia pegando carona nos vagões.

A Rede Ferroviária Federal (RFFSA) passou a ser responsável pelos trilhos que ligam o Recife à Mata Norte de Pernambuco no período de 1975 a 1996. Em dezembro de 1999 a empresa foi liquidada. O leilão de toda a malha regional do Nordeste, um total de 4.238 km, foi vencido em 1997 pela Transnordestina Logística S.A. (TLSA), que teve direito a 25 anos de concessão.

Atualmente sem manutenção os trilhos perderam sua utilidade e a Estação Ferroviária tornou-se um monumento no coração da cidade que resiste ao tempo e retrata um período decisivo para o desenvolvimento de Carpina.

 

Série Carpina 90 Anos, cujo projeto resultará na edição de um livro sobre a história do município

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