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O efeito dominó da UFPE

O adiamento das provas da segunda fase do vestibular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para janeiro preocupa diretores de colégios e vai mexer com o calendário de aulas, que se estenderá pelo mês de dezembro. Além de ampliar a carga horária, a mudança também deve afetar as tradicionais revisões e os aulões, realizados nas vésperas dos testes. É bem provável que não aconteçam em 2013, pois os professores estarão em pleno recesso obrigatório. Segundo convenção coletiva, assinada entre donos de escolas e docentes da rede particular, só é permitido que os mestres trabalhem dez dias de janeiro, divididos metade no início e metade no fim do mês. Na rede pública estadual, os professores têm que gozar férias coletivas no primeiro mês do ano.

Embora as datas das provas ainda não estejam definidas, a pró-reitora acadêmica da UFPE, Ana Cabral, acha que a segunda etapa do vestibular não será realizada no primeiro fim de semana de 2013, que cai nos dias 6 (domingo) e 7 (segunda-feira). “Após a regulamentação da lei que institui as cotas para egressos de escolas públicas pela presidência da República, teremos que adaptar o texto para o edital do vestibular. Em seguida, submetê-lo ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade. Só depois vamos iniciar o período de inscrições”, explica Ana Cabral.

“Os estudantes terão, pelo menos, 20 dias para se inscrever no vestibular. Há ainda a necessidade de três finais de semana para aplicação dos testes de habilidade dos cursos de música. Por isso, acredito que a segunda fase não acontecerá no primeiro fim de semana de 2013”, justifica a pró-reitora. A primeira etapa do processo seletivo é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 3 e 4 de novembro. A segunda fase estava programada para 2 e 3 de dezembro. presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz, vai pedir uma audiência, na próxima semana, com o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro. O objetivo do encontro é mostrar ao dirigente da universidade os efeitos negativos que o adiamento das provas do vestibular provocará em alunos, professores e escolas. “Pela convenção coletiva, os professores não poderão trabalhar além do dia 5 de janeiro. Como ficarão as revisões? Como faremos o acompanhamento dos alunos nas vésperas das provas?”, questiona José Ricardo. “A aprovação da lei das cotas foi precipitada e o texto, mal redigido. Deveriam pelo menos ter dado um prazo maior para as universidades se adaptarem”, critica o diretor do Sinepe, Arnaldo Mendonça.

 

*Por Margarida Azevedo do JC Online

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