O planeta continua pedindo socorro.
A natureza arde em chamas por falta de amor, respeito e conscientização. De forma desesperada parece fazer uso de megafones, mesmo assim, os seus gritos não são escutados ou não recebem a importância devida. Essas chamas, invadem os corações dos pequenos grupos que se importam, dos idealistas que vão à luta, dos que se arriscam e fazem a diferença. Quando nos reportamos a “arder em chamas”, não estamos nos referindo apenas as queimadas incontroláveis que de forma assassina, destroem verdadeiros paraísos verdes que acolhem espécies da flora e da fauna no mundo inteiro. Mas, trazemos à memória dos seres “humanos”, em tempos tão desumanizados, a dor e o desequilíbrio demonstrados através das mais variadas respostas que a natureza impõe e direciona a essa (des)humanidade.
Que estejamos atentas as várias formas de expressão e respostas desse planeta que há muito está na UTI dos prestes a extinção, e por mais que se tente aliviar as suas dores, fazer paliativos,os efeitos catastróficos estão aí de forma desenfreada, trazendo a certeza de que o ser humano, obra prima do Criador, cada vez mais carece ser reinventado. Reflitamos no texto a seguir, direcionando nossos pensamentos e reflexões ao Deus todo Poderoso, nosso Criador, o autor da vida que continua sendo bom apesar de nós.
S.O. S Criação
Ao contemplar a criação obra de Tuas mãos, sinto-me amargurada,
Pois o que com amor foi criado por um Deus maravilhado, ao homem já não satisfaz.
E esse homem insatisfeito, procurando do seu jeito modificar a criação,
Desequilibrou a beleza, transformou a natureza; afastando-se do Pai.
O que era harmonia hoje parece ironia, não se reconhece mais
E com tanta confusão essa linda criação resolveu se rebelar.
O sol demais se esquenta, o ar sufocado não aguenta tanta poluição
E a água que era pura, transformou-se, já não é mais.
As queimadas são rotineiras e a forte serra corta sem dó,
A vegetação desaparece e a fauna pede socorro.
O rio sem nascente seca, ou com seu leito modificado
Vai alagar e destruir o que era seu lugar.
E as geleiras derretidas com tamanho calorão,
Também não aguentam, e descem para desnivelar o mar, então.
O homem contempla assustado, de olhos arregalados, o que era perfeição.
Dá-se conta de que ele próprio é o responsável por tantos desequilíbrios
E arrependido deseja rever a antiga criação.
Mas agora é impossível, pois os danos por ele causados só trouxeram destruição.
Queira Deus que o quadro mude e os povos convencidos dessa tal destruição
Unam-se, humanizem-se, buscando para o planeta uma saída, uma solução.
Só assim talvez tenhamos, uma chance, um recomeço, uma forma de voltar a equilibrar
O que era tão bonito e tão perfeito: a obra das Tuas mãos.
“Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.”
(Ro. 8:22)
Maria Verônica Mendonça Guimarães
Escritora, geógrafa e poetisa
Membro da UCEA (União Carpinense de Escritores e Artistas)