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Pediatria com amor

Desestrutura familiar é causa de adoecimento de crianças

Por Sivaldo Venerando

A pediatria é a especialidade médica com o maior número de profissionais no mercado brasileiro. Mas, de acordo com pesquisas recentes, os pediatras têm se deparado com inúmeros problemas de ordem familiar.

Sobre o assunto, conversamos com a médica pediatra Dra. Rosicléia Brayner, que há mais de duas décadas atende na Mata Norte de Pernambuco. Em sua vasta experiência, ela tem recebido milhares de crianças em seu consultório, com unidades em Carpina, Paudalho e Nazaré da Mata.

Como pede a profissão, o pediatra precisa estar à disposição das famílias em casos de emergências, além de ter cuidados especiais com o emocional dos pais e com a educação dos responsáveis pelos cuidados da criança.

A seguir, Dra. Rosicléia fala de sua atuação.

A escolha

“Desde os quatro anos de idade eu dizia que queria ser médica. Fiz vestibular e, na primeira tentativa, passei para Farmácia, cursei e depois de seis anos fiz Medicina. Nesse ramo me identifiquei com a pediatria. Descobri isso quando estava estagiando a parte de ginecologia e obstetrícia, na sala de parto. Comecei a ter essa tendência pra pediatria e, aí, na cadeira de pediatria, eu me destaquei como uma das melhores alunas. Identifiquei-me muito e fiz a especialização.”

Cuidar do futuro do País

“Temos que conversar muito com a criança. Costumamos aqui ficar na altura dos olhos dele e aí conversar sobre a doença. O que pode, o que não pode comer. A criança hoje já tem uma interação com o profissional e, quando a gente diz: ‘olhe, não coma corante’, e diz qual o tipo de corante… ‘olhe, tem que deixar de tomar toddynho, danoninho colorido determinadas comidas’, eles procuram cumprir isso direitinho. Eles acreditam. Quando você conversa direito com a criança, ela acredita no que você diz.”

Os pais no processo

“Alguns pais se comprometem com o processo. O que vemos hoje é que um dos maiores problemas da pediatria se chama estrutura familiar. A desestruturação, as separações, tudo isso traz um problema maior às crianças. Quando se sai de um relacionamento e há uma competição entre pai e mãe, a criança fica no meio. Aí, vai para a casa do pai e faz tudo que quer, ou fica na casa da mãe e faz diferente. Essa desestruturação faz com que a criança adoeça mais facilmente e, dessa forma, os pais não são aliados. Quando vemos que isso acontece, que a guarda não é compartilhada, ou o é de uma maneira pouco saudável, pedimos apoio psicológico para a criança e para os pais, porque não adianta tratar só o filho, uma vez que o problema não está somente nele.”

À disposição para emergência

“Hoje, com as mídias sociais, temos whatsapp. Então, é a qualquer hora do dia e da noite. Às vezes estou no consultório, não posso ficar olhando efetivamente as mensagens. Mas se eu não responder de imediato, assim que eu tiver um tempo, converso com a mãe, respondenso a todas elas.”

O AME

“O AME – Aleitamento Materno Exclusivo é uma palavra que faz parte de algumas associações de mulheres mães. Existem vários AMEs que são apenas da pediatria. Então, eu gosto muito da parte de aleitamento materno exclusivo, mas o nosso AME ficou significando Atendimento Médico Especializado. O grupo AME tem 11 anos e tem unidades em Carpina, Paudalho e Nazaré da Mata.”

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