Destaques

Pegada do GB aposta em projeto musical ousado

A banda Pegada do GB (Gabriel Barros), aposta em um projeto ousado onde trabalha músicas de grande sucesso de vários artistas nacionais a exemplo de Tim Maia, Sandra de Sá, José Orlando, Alípio Martins, Reginaldo Rossi e outros. As letras passam por uma releitura e se transformam em forró estilizado.
O estilo agrada cada vez mais ao público que curte o chamado “forró das antigas”. GB explica que esse tipo de música “abre extensão harmônica e melódica muito forte”. Como músico ele preza pela qualidade, afinação e técnica, além da boa colocação da voz. O projeto emplaca nas vozes da cantora Wilma Albuquerque (sua esposa) e outros vocalistas da Pegada do GB.
A banda surgiu em 2015, quando GB teve a ideia de tocar forró com identidade própria. Algo que tivesse “a minha cara e ideia”, explica. Isso porque, ao analisar o cenário atual e o mercado, com músicas descartáveis e com prazo pequeno de validade, o artista percebeu que não fazia sentido produzir quantidade com qualidade, mas com prazo mínimo. “Em poucos meses já não servem. Então eu defini que não era isso que eu queria com a música”.
GB sempre gostou muito do forró nordestino estilizado, “que hoje chamam forró das antigas. Sempre gostei muito do arranjo, do ritmo. Uma música que fala da nossa realidade, do que estamos vivendo, hoje um pouco diferente com as redes sociais, mas que não deixou de ser atual. Enfim, o que eu tocava em 1998, eu toco hoje e é atual. Todo mundo canta e dança. Por isso resolvi não entrar nessa briga. Não tenho preconceito, também toco alguma coisa contemporânea, mas é mínima. No meu repertório, no máximo 10% é atualidade”, afirma.
A banda já fez gravação demo em vídeo clip, porém o clip oficial ainda está sendo preparado. A banda tem 15 componentes entre técnicos e vocalistas, e tem se apresentado em várias cidades nordestinas.

GB – Gabriel Barros começou a carreira de músico em 1998. Tocando contra baixo, guitarra e teclado, trabalhou com artistas como Toinho de Limoeiro e Ribeiro Filho. Mas um dos pontos altos de sua carreira foi a turnê com a cantora Joana pelo Nordeste, tocando teclado.

Fomento – A Pegada GB, assim como outras bandas, participa de projetos de fomento cultural através da Empetur, Fundarpe, Prefeitura do Recife e outros. O artista fala da burocracia enfrentada, principalmente aqueles que atuam de forma independente e sem assessoria jurídica. “É preciso preparar documentação, para conseguir se apresentar nesses projetos. Você tem que ter uma empresa, contrato de exclusividade com tempo. As certidões têm que está tudo em dia”, diz.

Artistas menores – GB também demonstra preocupação com aqueles artistas menores. “A arte é arte independente do tamanho dela, mas em uma parte, que é indústria, o artista é mera massa de manobra”.
Ele diz ainda que para o artista menor, é mais complicado. “É o cara que segura a festa. É contratado pelo menor cachê, exposto a situação medíocre de sonorização, iluminação. E ainda é o último a receber. Isso porque fica com medo de cobrar ao poder público para não haver retaliação e não mais tocar. Mas acredito que dias melhores virão e precisamos de pessoas que levantem essa bandeira pela música. Todo artista sonha, vive sua arte e o que para ele é importante porque é a vida dele. Gosta do trabalho que faz. O artista da terra também precisa ser valorizado. É ele que dá o suporte inicial aos grandes eventos. Muitas vezes tem que estender seu show até a grande atração entrar e quando esta entra, muitas vezes ele tem que parar no meio da música. Se você quer provar a importância do pequeno artista, faça um evento, bote o som, e ninguém pra tocar, isso com o povo na rua. E vai saber o valor que esse artista tem”, finaliza.

Foto: Reprodução

Deixe um comentário