Testes rápidos para detectar o vírus zika devem começar a ser realizados nos hospitais pernambucanos até o fim deste mês. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O próximo passo é disponibilizar os kits nos municípios, que também terão unidades referências para o exame. Os testes foram encaminhados há seis meses e estavam estocados desde então. A validade deles, segundo a pasta, é dezembro de 2018.
De acordo com o Governo Federal, 131, 6 mil kits foram disponibilizados para Pernambuco de janeiro até agora. A tecnologia do material deve ser capaz de identificar o vírus no organismo, independentemente do tempo de infecção. O material começará a ser utilizado num momento em que 88% dos municípios estão em situação de elevada transmissão para arboviroses.
Segundo a SES, serão priorizados para o exame a rede de atenção às gravidas com diagnóstico de microcefalia intraútero, que conta com maternidades da Região Metropolitana do Recife e os Hospitais Regionais. No caso de resultados positivos para o zika, a amostra será encaminhada para uma contraprova no Laboratório Central (Lacen), com realização da sorologia.
O Lacem terá os resultados definitivos entre 15 e 20 dias. Pelas regras do MS, o teste serve de triagem para investigar a condição imunológica da gestante com suspeita clínica de febre pelo zika; ou que teve contato com fluídos corporais (sêmen, fluidos vaginais, orais, urina ou sangue) de pessoas suspeitas de infecção pelo vírus; e ainda que tenha recebido sangue ou hemoderivados durante a gestação, dentre outros.
Além disso, há recomendação do teste rápido nos recém-nascidos e em crianças até o 8º dia de vida que atendem aos critérios de notificação ou cuja mãe se enquadre em uma das situações acima descritas. O último boletim estadual aponta que, até o dia 10 de junho, 119 grávidas com suspeita de alguma arbovirose (dengue, zika ou chikungunya) foram notificadas à SES. Em relação aos casos confirmados por laboratório, 11 tiveram resultados positivos para dengue e sete para chikungunya.
Desses, um caso apresentou resultado positivo para dengue e chikungunya. Até o momento, nenhum resultado laboratorial foi positivo para zika vírus. Os dados gerais de arboviroses entre a população no Estado são de 7.343 casos suspeitos de dengue, 2.126 notificações de chikungunya e 339 de zika.
Também aumentou o número de cidades com risco de transmissão elevada para as doenças transmitidas para o Aedes aegypti. Agora 162 municípios estão sem situação de elevada transmissão, sendo 98 em risco de surto e 64 em alerta.
Como funciona
O kit diagnóstico produzido pela Bahiafarma é composto por duas tiras portáteis em que são depositadas as amostras de soro dos pacientes a serem analisadas. A primeira tira vai identificar infecções recentes, de até duas semanas, anteriores à realização do exame. A segunda vai identificar se a pessoa foi infectada há mais tempo. A previsão é de um resultado em 20 minutos.
*FolhaPE
