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Porto de Suape volta a bater recorde de movimentação de cargas

O Porto de Suape bateu novo recorde histórico em seus 41 anos de funcionamento: em 2019, foram 23,8 milhões de toneladas de cargas movimentadas, volume 2% superior ao do ano passado, quando foram movimentadas 23,4 milhões de toneladas. O recorde anterior havia sido batido em 2017, com 23,6 milhões de toneladas. Além de um sinal de reação econômica, o resultado está diretamente associado à diversificação de cargas movimentadas no porto e foi anunciado na manhã desta quinta (23), em coletiva à imprensa, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

É o que comprovam os números da carga conteinerizada, que também bateu recorde histórico. Houve um crescimento de 5,7%, passando de 5 milhões de toneladas em 2018 para 5,3 milhões, no ano passado, totalizando 291.166 toneladas a mais. Em TEUs (do inglês Twenty-foot Equivalent Unit – unidade equivalente a 20 pés), esse crescimento foi de 4,7 % (de 454.721 mil TEUs para 476.304 mil TEUs). Nas duas medidas, o volume também é o maior até hoje e mantém Suape na liderança regional em movimentação de contêiner.

A movimentação de granéis líquidos (combustíveis, GLP, óleos minerais, etc.) ficou estável, com crescimento de 0,1%, passando de 17,624 para 17,634 milhões de toneladas, consolidando Suape como maior hub de granéis líquidos do país. Esse tipo de carga representa 74% de toda a movimentação no Porto e também é responsável por Suape ser o principal porto de cabotagem do Brasil, pois, a partir dele, os produtos são distribuídos para outros terminais em navios menores.

A carga geral solta foi a que apresentou o maior percentual de crescimento entre todos os tipos de mercadorias, encerrando o ano com 386,5 mil toneladas e 54,8% de aumento, tendo em vista que em 2018 o total movimentado foi de 249,6 mil toneladas. Nesse grupo, estão as cargas como açúcar em saco (aumento de 346%), torre e pá eólica (aumento de 323%), chapas e bobinas de aço (aumento de 77%), tarugos e veículos, entre outros. O grande incremento na carga solta se deve às exportações de açúcar para países da África e para a Turquia, e ao embarque das peças de aço para Colômbia, Peru, Jamaica e Canadá.

“O resultado nos dá ainda mais confiança no crescimento econômico do porto, principalmente porque esse crescimento é baseado na carga conteinerizada, que é a mais nobre e com maior potencial para desenvolver o Estado de uma maneira geral e que reforça o potencial de Suape como centro de distribuição regional”, observou o presidente de Suape, Leonardo Cerquinho.  “Temos boas perspectivas para os granéis líquidos, sólidos e as cargas soltas, que tiveram um aumento significativo porque o setor de energia eólica ganhou fôlego. Estamos certos de que 2020 será um ano de resultados ainda melhores”.

Granéis sólidos registraram crescimento de 5,5%, fechando o ano com 490,8 mil toneladas, 25 mil toneladas a mais do que em 2018, impulsionado pela primeira movimentação de coque da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), que embarcou 31 mil toneladas do produto para a China.  Trigo e escória completam esse grupo de carga. O número de navios que atracaram no Porto de Suape subiu de 1.461 para 1.474 em 2019.

Na navegação de longo curso, a importação de mercadorias aumentou 8,7%, somando 5,62 milhões de toneladas em 2019, 450 mil toneladas a mais que 2018. A exportação de cargas caiu 5,3%, totalizando 2,33 milhões de toneladas no ano passado ante 2,46 milhões em 2018. Um dos principais fatores foi a movimentação de veículos, que somou 46.721 unidades em 2019, 19.563 unidades a menos que em 2018, queda motivada pela crise econômica na Argentina, principal destino dos veículos exportados via Suape. Mesmo com a redução, Suape continua sendo o porto com maior movimentação de veículos no Nordeste.

O secretárioBruno Schwambach reforçou que as perspectivas para 2020 são muito positivas para Suape e para o Estado. “Estamos muito animados, entre outras coisas, com a venda da refinaria. Hoje ela tem operado com praticamente a metade de sua capacidade (de 230 mil barris por dia), porque não conseguiu concluir o segundo trem. Então, a perspectiva é de que um operador privado, no mínimo, conclua o que está faltando”, declarou. Ele registrou que o Estado fechou cerca de R$ 15 bilhões em investimentos em 2019 e que os novos negócios vão gerar cerca de 22 mil empregos em Pernambuco. E destacou que mesmo empresas instaladas fora do território de Suape, como a Ypê, que vai ser implantada em Itapissuma, no Grande Recife, deverá aumentar a movimentação no porto.

INOVAÇÃO – Se existe uma palavra para definir o ano de 2019 no Complexo de Suape podemos dizer que é conexão. Umas das primeiras ações da atual gestão foi criar o setor de inovação, que concentrou esforços para trazer soluções tecnológicas para o Complexo, aproximando as empresas de tecnologia da informação do Porto Digital, um dos maiores parques tecnológicos e de inovação do país, à realidade dos empreendimentos de Suape. Como define Leonardo Cerquinho: “Suape atua para encurtar caminhos e abrir portas entre o setor industrial presente em Pernambuco, a academia e o ambiente de inovação pernambucano que é referência nacional”.

Dois Match Days construíram conexões entre as empresas do Porto Digital e as indústrias de Suape. O primeiro foi voltado para a gestão portuária e o segundo reuniu empresas de logística. Nos encontros, 75 startups mostraram interesse no Complexo, 40 foram selecionadas para apresentar soluções por meio de pitches e 12 estão no portfólio de Suape para possíveis encomendas tecnológicas. Um contrato foi fechado entre a Pamesa e a Orb Studio, empresa de realidade virtual.

Além dos encontros, o time de inovação também sensibilizou indústrias para a necessidade de inovar. Foram feitas 38 visitas a empresas de Suape para levar a cultura de geração de novos negócios, criando oportunidades a partir de desafios encontrados nos empreendimentos. “O objetivo, a médio prazo, é sistematizar as ações do complexo, de forma que possamos trabalhar com dados abertos, para que a academia e a sociedade em geral se apropriem das informações e participem da construção de novos projetos e soluções”, observa Cerquinho.

Em setembro, foi lançado o Suape Conecta, evento de relacionamento entre as empresas do Complexo e o Governo do Estado, com foco em propor soluções para as necessidades comuns dos empreendimentos, bem como apresentar ideias e projetos de integração local, criando um senso de comunidade no complexo industrial. Já em novembro, foi a vez de apresentar às empresas projetos sociais que podem ser desenvolvidos com famílias do território de Suape. Este foi o Match Day Social, encontro que teve o objetivo de aproximar as indústrias do complexo dos projetos incubados pelo Porto Social. Participaram 19 iniciativas sociais que apresentaram ações socioambientais a 21 empresas.

Por ser referência em localização, estrutura e proximidade ao ecossistema tecnológico, o Porto de Suape está entre os quatro portos do Brasil que vão implantar o software Port Community Systems – sistema de informações capaz de integrar todos os atores que fazem parte da comunidade portuária. Essa tecnologia já é realidade em vários portos do mundo e tem a função de otimizar o trabalho da gestão portuária, administrando o tempo de trabalho e o esforço da equipe. A iniciativa, apresentada em dezembro passado, é do Prosperity Fund, fundo de investimento britânico para países em desenvolvimento, e visa otimizar os processos do comércio exterior, reduzindo o tempo de importações e exportações nos portos brasileiros.

O ano de 2019 foi de consolidação de dados para a Empresa Suape. Para isso foram usadas técnicas de inteligência empresarial, Business Intelligence (B.I). Apostando nessa tendência e no movimento de estreitar os laços com o ecossistema de TI do estado, o Complexo de Suape assinou contrato, em agosto, com a startup pernambucana Fábrica de Negócio, especializada em analytics e que desenvolve algoritmos de inteligência artificial para análise e cruzamentos de grandes volumes de dados. O resultado está na criação de quatro produtos. Dois sistemas voltados para a área de gestão portuária e outros dois para administração e finanças.

NOVOS NEGÓCIOS – O ano de 2019 foi marcado pela inauguração de três empreendimentos no Complexo de Suape. O Aché Laboratórios Farmacêuticos, um dos maiores investimentos privados dos últimos anos, inaugurou a primeira etapa da sua fábrica em outubro. Erguida num terreno de 250 mil metros quadrados a nova planta vai produzir, embalar e distribuir medicamentos para toda a região Nordeste. Durante a fase de construção, a obra empregou 200 trabalhadores e cerca de 3 mil vagas, entre diretas e indiretas, serão preenchidas até a conclusão total do parque fabril, prevista para 2021. Os investimentos são da ordem de R$ 660 milhões.

Em maio, aconteceu a inauguração da Camil Alimentos, fábrica de beneficiamento de arroz, feijão e açúcar. Com investimento de R$ 22 milhões e 170 vagas de empregos diretos e indiretos, a Camil conta com 6,5 mil m² de área construída e capacidade produtiva de 10 mil toneladas por mês. No final do ano, a SIW Kits Eólico iniciou suas operações, ocupando 7,66 hectares de área e gerando 40 empregos diretos e 30 indiretos. A indústria veio para integrar o polo eólico de Suape, atendendo inicialmente à LM Wind Power, fabricante de pás eólicas que pertence ao grupo GE e opera desde 2013 no Complexo de Suape.

Como grande polo de desenvolvimento do Nordeste, o Complexo de Suape é vetor de atração de negócios para Pernambuco. Um grande exemplo disso foi o anúncio da Amazon, empresa norte-americana de e-commerce, que escolheu o Estado para iniciar seu plano de expansão no Brasil e instalar um Centro de Distribuição no Cabo de Santo Agostinho, no território estratégico de Suape. Esta será a primeira operação física da Amazon fora de São Paulo.

A Ypê seguiu o mesmo caminho e assinou um protocolo de intenções com o Governo do Estado para instalar uma indústria e um Centro de Distribuição (CD) em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife. As obras começam ainda em 2020, com previsão de operação para 2022 e geração de 700 empregos diretos e indiretos. Os dois empreendimentos escolheram os locais de instalação das fábricas em função da proximidade com o Porto de Suape, sendo um grande diferencial para a distribuição dos produtos pela região Nordeste.

Em alinhamento à estratégia de ampliar, globalmente, a visibilidade do porto na busca de um parceiro privado, de atrair investidores para o segundo terminal de contêineres e fazer novas conexões, o Porto de Suape realizou, em 2019, visitas aos maiores portos do mundo e a potenciais investidores, além de marcar presença em eventos internacionais de grande relevância. Seguindo este movimento e o momento de conexão e com o objetivo de aumentar o nível de desenvolvimento e atrair maiores oportunidades para o porto, o Governo de Pernambuco fez um acordo de cooperação técnica com a Autoridade do Canal do Panamá (ACP), um dos principais players do transporte marítimo mundial.

A aliança pretende viabilizar novas rotas marítimas internacionais, intercâmbio de informações no desenvolvimento de estratégias de comercialização, realização de estudos conjuntos sobre áreas de interesses, partilha de informações sobre melhorias e/ou esforços de modernização com objetivo de aumentar a demanda ou evolução dos serviços de transporte, além de poderem compartilhar experiências de sustentabilidade.

Um dos fatores que podem contribuir para novas rotas internacionais é a autorização dada em dezembro pela Marinha do Brasil para que Suape possa receber navios porta contêineres de até 334 metros. Em março, estudos da  Universidade de São Paulo (USP), com o apoio das equipes de praticagem de Pernambuco e da Capitania dos Portos já haviam comprovado a viabilidade para receber as embarcações da classe SAMMAX (a de maior dimensão disponível na América do Sul, com até 336 metros de comprimento, 48 metros de largura e calado máximo de 14,5 metros). Faltavam apenas atender a alguns critérios operacionais e treinamento dos práticos, mas agora os grandes navios já podem atracar em Suape.

SUSTENTABILIDADE – As ações de sustentabilidade do Complexo de Suape são construídas com base no diálogo, na escuta dos anseios das comunidades de seu território, dentro da empresa e de acordo com os novos paradigmas mundiais. Seguindo essa premissa, a administração de Suape está adotando o padrão da Global Reporting Initiative (GRI) na elaboração do Relatório de Sustentabilidade de 2019, que será publicado este ano contendo as ações econômicas, sociais e ambientais. A decisão de adotar o modelo GRI, incorporando a metodologia de referência internacional, vai tornar ainda mais transparente não só a geração de valor de práticas e ações corporativas, mas também as questões onde há possibilidade de evolução.

Ao longo de 2019, várias ações na área ambiental foram desenvolvidas. Destaque para a implantação do Centro de Prontidão Ambiental – Base Mar (CPA), inaugurado em junho no Porto de Suape, que traz mais segurança para as empresas instaladas no Complexo. O equipamento é pioneiro no Brasil em ações de prevenção e identificação de potenciais riscos de acidentes com derramamento de óleo no mar e foi fundamental nas ações de contenção e remoção do óleo que atingiu as praias e rios da região. Para proteger os estuários, o CPA instalou dois quilômetros de barreiras de contenção nos rios Massangana, Tatuoca, Jaboatão e Maracaípe.

Na área de educação ambiental, o Projeto Pedagogia Ambiental de Suape atendeu 377 pessoas no ano passado, que concluíram os seguintes cursos gratuitos: Curso Livre de Educação Ambiental, Curso de Pedagogia Ambiental, Curso de Gestão de Resíduos Sólidos   –  A  experiência  de  Suape,  Curso  Nascentes   –  Educação   Ambiental   para conservação do nascer das águas e a Oficina de Restauração Florestal – Mata Atlântica. Implantado em março de 2010, o projeto já capacitou mais de 4,1 mil pessoas.

DESENVOLVIMENTO SOCIAL – O governador Paulo Câmara entregou, em julho, 1.121 casas da primeira etapa do Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete, no Cabo de Santo Agostinho, às famílias que moravam em áreas de preservação ecológica ou zona industrial de Suape. O habitacional foi construído com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida num terreno de 97 hectares doados por Suape à CAIXA e à prefeitura, dentro do conceito de bairro planejado, com equipamentos comunitários como escola tipo Cemei, unidade básica de saúde, centro de referência de assistência social, parques infantis, quadras e espaços para reuniões e festas, além de estações de tratamento de esgoto já prontos. Todo o conjunto possui 2.620 unidades residenciais, cuja segunda etapa será entregue em breve. O investimento total no projeto é de aproximadamente R$ 246,7 milhões.

Além do habitacional, Suape executou obras nas comunidades do entorno do Complexo, como Vila Claudete, Vila Cepovo e Vila Massangana I. Nessas localidades, foram realizadas, ao longo de 2019, pavimentação, ramal condominial, rede coletora, obras civis das estações elevatórias de esgoto (EEE) e estação de tratamento de esgoto (ETE).

A equipe social de Suape realizou ações de assistência às famílias da região e de incentivo à economia local. Uma delas é o Projeto Tô na Feira que teve três edições em 2019. O projeto, que tem o objetivo de fomentar o empreendedorismo da região, conta com a participação de agricultores e artesãos do território, comercializando seus produtos para os colaboradores das indústrias de Suape, gerando renda. Participaram 13 comunidades e 40 expositores das comunidades de Vila Cepovo, Vila Claudete (Horta Terra Coração), Vale da Lua, Vila Nazaré, Praia de Gaibu, Assentamento Bruno de Albuquerque Maranhão, Assentamento Valdir Ximenes, Engenho Boa Vista, Vila Dois Irmãos (Ateliê Massangana), Mata do Zumbi, Vila Claudete, Artesanato do Cabo de Santo Agostinho e Mata do Zumbi.

GOVERNANÇA E COMPLIANCE – Em setembro, foi concluído o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), com adesão de 28 colaboradorescom mais de 35 anos de serviços prestados à empresa Suape. Com a saída dos funcionários, o quadro de colaboradores foi reduzido em 9,5% considerando os servidores efetivos e cargos comissionados. O PDV representa aos cofres da empresa uma redução de R$ 7 milhões ao ano na folha de pagamento.

Buscando a otimização e inovação da gestão, o Complexo de Suape implantou em 2019 o uso da plataforma Target, desenvolvida pela empresa pernambucana de TIC Facilit Tecnologia, localizada no Porto Digital. Responsável por proporcionar um melhor acompanhamento e gestão dos projetos, a plataforma permite aos gestores controle das ações em tempo real, de forma rápida, com encaminhamentos automáticos das decisões e podendo ser acessado em computadores, tablets e celulares em lugares com internet. Por meio do Target, a gestão de Suape monitorou aproximadamente 240 ações.

No ano passado, a administração de Suape concentrou esforços para aperfeiçoar os mecanismos de governança e transparência. Trabalho este que foi reconhecido pela Secretaria da Controladoria-Geral do Estado (SCGE) que atribuiu um índice de 94% de atendimento à Lei das Estatais (13.303/2016).

Com a implantação do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) – criado e cedido gratuitamente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região – foi iniciado um novo modelo de gerenciamento de documentos internos, que além de facilitar a tramitação e o controle de processos, resultou numa economia de 3.125 kg de papel de agosto a dezembro de 2019, período em que o sistema entrou em operação na empresa. Esse total corresponde a 1040 resmas de papel e 70 árvores preservadas.

Pensando em diminuir o impacto ambiental, a empresa Suape aboliu, em 2019, o uso de copos descartáveis e os substituiu por canecas reutilizáveis. Dessa forma, deixaram de ser utilizados 310 mil unidades de descartáveis. Considerando todas as ações de redução de custo, digitalização e otimizações contratuais, a gestão obteve uma redução de R$ 2,5 milhões no custeio em 2019.

PERSPECTIVAS PARA 2020 – A retomada da autonomia do Porto de Suape será um dos marcos de 2020. No fim de dezembro passado, o porto deu entrada no pedido junto à Secretaria Nacional de Portos, comprovando com evidências o cumprimento dos indicadores estabelecidos na Portaria Nº 574/2018 do Ministério da Infraestrutura, que criou o Índice de Gestão da Autoridade Portuária (IGAP). A expectativa é que o resultado saia nesse primeiro semestre.

Tão importante quanto a retomada da autonomia é a participação de um parceiro privado na gestão do Porto. Estudo sobre viabilidade da iniciativa foi acordado entre o Governo do Estado e o Ministério da Infraestrutura. A ideia é a iniciativa privada assumir a gestão da área portuária, porém o Estado continuaria como controlador. O movimento é importante para dar mais celeridade nos processos licitatórios de novos terminais, na gestão dos contratos de arrendamento portuário e fiscalização dos operadores. O assunto deve evoluir ao longo de 2020.

Outra grande expectativa para este ano é a licitação do arrendamento do segundo terminal de contêineres do Porto de Suape. O processo passou por ajustes no TCU e deve ser lançado pela Antaq em breve. O Tecon 2 deve receber R$ 1,2 bilhão em investimentos privados e é importante para potencializar Suape como um hub port nacional.

Para disciplinar e regulamentar os veículos de transporte de cargas que acessam a área portuária, serão inaugurados três pátios de triagem de caminhões neste ano com 500 vagas estáticas cada.  As empresas operadoras dos pátios vão oferecer os seguintes serviços de apoio aos motoristas: sanitários e vestuários de uso gratuito; restaurante e lanchonete; atendimento médico de emergência; área de descanso e vivência; serviços de oficina, reparo e borracharia de caminhões. Diariamente, o porto recebe uma média de dois mil caminhões e, com os pátios, esses usuários vão desfrutar de um melhor serviço, com estrutura adequada para os caminhoneiros, além de melhorar toda a logística portuária.

Outra iniciativa que será consolidada neste ano é a implantação do SuapeGeo. O projeto vai unir várias tecnologias como geoprocessamento e geolocalização, entre outras, consolidando informações sobre o território de Suape e sobre a dinâmica de como esse território atua entre os diversos atores. Um dos ganhos será o reconhecimento e a caracterização do espaço geográfico mais precisos, ajudando nas negociações de áreas para instalação de empresas, além de apoiar no combate ao desmatamento e invasões. A ferramenta está sendo desenvolvida na plataforma SIG (Sistema de Informações Geográficas) ou, em inglês, GIS (Geographic Information System), que terá um grande banco de dados com imagens de satélites, dados cartográficos, fotográficos, digitais e planilhas.

Há perspectiva de retomada da implantação do Ramal Suape da Ferrovia Transnordestina, visto que o Governo do Estado vem construindo tratativas com o Ministério da Infraestrutura para encontrar uma solução à continuidade da obra. O Porto de Suape também terá avanços na área de inovação com desenvolvimento de soluções e acordos de cooperações com parceiros relevantes.

Entendendo que o desenvolvimento econômico precisa caminhar em conjunto com as questões sociais e ambientais, uma série de ações já estão sendo direcionadas para esses setores, sobretudo voltados para geração de renda. Na Zona de Preservação Ecológica, Suape vai iniciar o plantio de 400 hectares de mata atlântica e contratar os estudos para criação das três unidades de conservação: Cocaia, Ilha dos Martins e Tiriri, com seus respectivos planos de manejo.

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