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Praias de Pernambuco têm trechos impróprios para banho

“Em Pernambuco, essa questão é sazonal, ou seja, em períodos chuvosos a qualidade decai e a maioria das praias fica imprópria. Por se tratar de algo pontual, um trecho analisado esta semana como impróprio pode estar próprio na outra semana. O que levamos em consideração é o resultado de cinco amostragens consecutivas, indicando se há coliformes termotolerantes, onde existem as bactérias fecais, mostrando que existe um potencial de patógenos que podem causar doenças”, explicou Andréa.

No caso da praia de Boa Viagem, o levantamento do CPRH aponta que o trecho do Posto 12, próximo à pracinha de Boa Viagem, é considerado impróprio. Em Paulista, a orla em frente ao Forte de Pau Amarelo também não é recomendada para banho. Em Olinda, estão impróprias as praias de Rio Doce, em frente à rua Paulo N. Queiroz, e a de Casa Caiada, defronte à avenida Ministro Marcos Freire. E em Jaboatão dos Guararapes, a praia de Piedade, em frente à avenida Bernado Vieira de Melo, na altura do Balneário do Sesc também não está adequada para os banhistas neste período.

A lista com os pontos estudados e sinalizados como próprios e impróprios, está disponível no site do CPRH (www.cprh.pe.gov.br) – o período divulgado tem validade de sete dias (este último é de 28 de dezembro a 4 de janeiro). “O monitoramento é semanal, conforme determina a resolução nº 274/2000 do Conama, que define os padrões de qualidade da água destina à balneabilidade”, afirmou a gerente. O órgão recomenda que o banho de mar seja evitado em áreas onde há presença de resíduos ou despejos sólidos ou líquidos, de substâncias capazes de oferecer à saúde; houver incidência relativamente elevada ou anormal de doenças por veiculação hídrica; e nas semanas em que estes trechos forem classificadas como impróprias.

Para o biólogo e oceanógrafo da Universidade de Pernambuco (UPE), Clemente Coelho, há duas grandes fontes de poluição que interferem diretamente na balneabilidade das praias. A primeira são os rios que desembocam no mar, que sofrem com a falta de saneamento. “Outra fonte é a pluvial. Infelizmente, muitos edifícios instalam a saída do seu esgoto na drenagem pluvial, o que acaba atingindo as praias”, informou. “O problema da balneabilidade é a falta de saneamento básico, e isso envolve a coleta de esgoto e o destino correto dos resíduos sólidos. Além disso, a população também acaba jogando lixo em qualquer lugar”, concluiu.

Sobre o monitoramento, a Prefeitura do Recife esclareceu que a Vigilância Ambiental e Controle de Zoonenses do Recife também vem realizado o acompanhamento da qualidade da água da orla marítima do município. “Das amostras analisadas em 2018, foram encontradas 99% (127/128), dentro dos parâmetros de balneabilidade, ou seja, sem risco de contaminação para a população que utiliza a praia como local de lazer e esportes no Recife. As amostras coletadas de janeiro a dezembro de 2018 totalizaram 640 unidades colhidas, que representam 128 amostras para balneabilidade da água do mar, cumprindo a Resolução 274/2000 do Conama”.

A Secretaria Executiva de Meio Ambiente de Paulista declarou por meio de nota que irá intensificar o monitoramento das praias com vistorias e ações visando a educação ambiental, para que os resíduos não sejam depositados de forma indevida. “Essas ações serão planejadas a partir de janeiro, junto com os novos concursados, para ocorrerem em épocas e datas específicas do ano, como por exemplo, no verão e na semana municipal lixo zero”, informou a nota. Já a Prefeitura de Olinda esclareceu que está em contato com a Superintendência do Patrimônio da União para a municipalização das praias da cidade e afirma que faz a limpeza e promove ações ambientais. “Nós distribuímos sacolas para que o lixo não seja descartado de forma irregular, ações de educação ambiental e fiscalização das áreas”, declarou o secretário de Meio Ambiente, Isaac Azoubel.

*Folha de Pernambuco

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