Um professor do município de Itambé, na Zona da Mata de Pernambuco, está na lista final dos 50 melhores educadores do mundo. Agora ele disputa o “prêmio Nobel da Educação”, o Global Teacher Prize. A próxima etapa da disputa pelo prêmio de US$ 1 milhão, que será entregue em março de 2019, em Dubai, capital dos Emirados Árabes.
O Brasil conseguiu classificar dois representantes, o professor Jayse Ferreira, que leciona Educação Artística na Escola de Referência em Itambé, e a educadora Débora Garofalo, que leciona a disciplina de tecnologias da EMEF Ary Parreiras, em São Paulo.
Jayse Ferreira é professor de Educação Artística em uma escola pública com poucos recursos, em Itambé, na divisa entre Pernambuco e a Paraíba. Eleito “Melhor Professor do Brasil em 2014”, Ferreira conta que encontrou uma escola com altíssimo índice de faltas e muitos problemas de preconceito racial e religioso na escola, que prejudicavam seriamente o desempenho escolar, além do fato de que os pais nunca atendiam às convocações.
Com projetos que envolviam filmes, ensaios fotográficos, internet e muitas atividades envolvendo a comunidade, Jayse conta que conseguiu resgatar a auto-estima dos alunos: “Mostramos a beleza de outros países, e quando perceberam que era bonito ser diferente, passaram a frequentar mais a escola, ter orgulho de seus corpos, usar guias de umbanda… Fizemos até mesmo uma exposição onde os alunos eram as obras de arte. Chamar o aluno pra fazer parte promove uma diferença gigantesca: permanência na escola, aumento do número de matrículas, envolvimento dos pais, tudo melhora”, conta.
Mas para iniciar seus projetos, o professor conta que é preciso ser “um pouco rebelde” para botar tudo em prática. “Umaa professora sempre me disse para dar uma aula que você gostaria de assistir. A gente tinha uma evasão gigantesca, os pais mal apareciam. Mas também, as reuniões só trazem más notícias. Porém, quando trouxeos os pais para participar, a família se tornou parceira da escola. E a escola tem que mostrar para a comunidade que funciona. A gente tem que mostrar que é pública, mas é da melhor qualidade. Eu não queria essa imagem de professor-‘sofressor’. A educação transformou minha vida e vai transformar a deles também”, diz.
*Informações G1