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Quanto vale sua fisioterapia?

A fisioterapia tem crescido bastante nos últimos anos no Brasil, principalmente nas cidades do interior. O motivo principal é a expansão do mercado de trabalho da categoria, que passou a atuar também fora das clínicas especializadas.

Hoje, os fisioterapeutas podem escolher trabalhar de forma autônoma, em atendimento domiciliar, na criação de órteses e equipamentos ortopédicos, atender em clubes esportivos, entre outros. O próprio Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) estabelece uma remuneração mínima dos honorários que os profissionais devem cobrar, de forma a preservar a dignidade das profissões e garantir que o tratamento prestado seja de qualidade.

Há quase 10 anos de experiência no mercadoJonatas de trabalho, o fisioterapeuta Jônatas Araújo tem debatido com colegas de profissão, sobre vários temas “a fim de tentar mostrar para a sociedade em geral e as diversas categorias da fisioterapia a importância da nossa profissão e o valor do nosso trabalho. Porém, muitas vezes, tenho me deparado com um quadro pessimista de alguns profissionais que chegam a desistir em seguir carreira e procuram outra ocupação profissional por estarem desanimados e desacreditados com o verdadeiro cenário que vivemos nos dias atuais”, relatou.

Quanto vale sua fisioterapia? Quanto deveria ser cobrado pelas sessões de tratamento? O profissional que cobra barato oferece uma boa qualidade de serviço? “Existem vários exemplos de pacientes que tiveram lesões importantes, chegando a ficar acamados e com déficits funcionais em suas atividades de vida diária (AVD´s) e profissionais com doenças limitantes, degenerativas e/ou progressivas e ouvimos depoimentos da alegria e satisfação em voltar a ter a independência e de poder ser reinserido na sociedade. Eles (pacientes) ficam agradecendo à fisioterapia. Assim, pergunto-me: Quanto vale viver sem dor? Quanto vale retornar a praticar esporte? É possível calcular o preço para brincar, pular, jogar com o próprio filho ou neto? No meu ponto de vista, não existe satisfação maior para o indivíduo que a de trabalhar, produzir e se sentir útil. Infelizmente, a vida é carregada de surpresas e, quando menos esperamos, somos surpreendidos por acidentes, doenças, lesões graves etc. Será que temos a noção do que é passar uma noite acordado com dor?”, questiona Jônatas.

Pelo lado do profissional, cabe refletir quanto vale reabilitar um paciente? Qual é o preço de extubar o paciente, fazendo ele respirar normalmente? E para retirar um paciente de uma invalidez? O fisioterapeuta comparou o valor cobrado com serviços comuns. “Se formos fazer um levantamento de média, valores que se gastam nos salões de beleza, corte de cabelo masculino: R$ 20,00 a 30,00; corte feminino: R$ 30,00 a 50,00 reais; manicure: R$ 30,00;maquiagem: R$ 60,00; massagem: R$ 50,00 etc… As pessoas que utilizam esses serviços não fazem objeção para os valores cobrados”.

Jônatas disse que o que mais impressiona é que fisioterapeutas “que cobram menos são os que mais se lamentam e influenciam negativamente estudantes e profissionais recém-formados. Se o seu serviço tem um valor percebido, melhor cobrar o que ele merece e não o valor que os outros estão cobrando”, aconselha.

Por outro lado, profissionais que cobram um valor justo por sessão ou um pouco melhor que os outros colegas são os que têm agenda cheia. “Então, não existe a desculpa de que, como os outros estão cobrando barato, temos que fazer o mesmo. Tenha certeza de que os que cobram por tratamentos de fisioterapia valores semelhantes a serviços de profissionais de nível técnico, ou seja, sem formação universitária, é porque não tem valor percebido nem resultado, diferencial, postura, ética e nem estrutura para receber seus pacientes. Desta forma, se você tem este valor percebido e se tem bons resultados nos tratamentos, cobre bem, cobre o que é justo e não esqueça que a regra vale para todas as cidades e bairros. Parabéns aos técnicos de manicure, cabelereiros, massagistas e outros, que cobram bem pelos seus serviços. Parabéns aos pacientes que procuram um serviço e um profissional de qualidade e de referência e pagam pela sua saúde e não apenas pelo serviço prestado. Parabéns aos meus colegas e parceiros de profissão que estão de acordo com essa linha de pensamento que escrevemos aqui, em prol da valorização dos nossos serviços, e estão felizes com seus resultados”, conclui Jônatas.

 

*Matéria publicada na edição de Julho do Jornal Voz do Planalto

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