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Seminário discute as bases para a elaboração do Plano de Salvaguarda do Cavalo Marinho

A cidade de Aliança, na Zona da Mata Norte pernambucana, recebeu durante todo este sábado (18), em seu Clube Municipal, o 2º Seminário de Políticas Culturais e Salvaguarda do Cavalo Marinho. O evento, realizado pela Associação dos Grupos de Cavalo Marinho de Pernambuco, Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de Pernambuco (Iphan), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e Prefeitura Municipal, culminou com pactuação para a próxima fase de elaboração do Plano de Salvaguarda, que ocorre em março de 2024.
As instituições que integraram a mesa de apresentação do seminário foram representadas por Renata Borba, presidente da Fundarpe; Claudia Rodrigues, vice-presidente da Fundarpe e membro do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC-PE); Wanessa Santos, coordenadora de Cultura Popular da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE); Marcelo Renan de Souza, coordenador de Patrimônio Cultural Imaterial da Fundarpe; Wagner Egito, integrante do Conselho Estadual de Política Cultural (CEPC-PE); o técnico Giorge Bessoni e a historiadora Lívia Moraes, do Iphan; Anildomá Souza. coordenador do Escritório Estadual de Pernambuco do Ministério da Cultura (MinC); Rizonaldo Silva, presidente da Associação; e Rosineide Fernandes, Secretária de Cultura, Turismo e Eventos de Aliança.
Participaram ainda do seminário representantes dos 12 cavalos marinhos ativos no Estado, seus mestres e suas mestras, e gestores e gestoras culturais municipais.
Pela manhã os participantes foram recebidos pela apresentação de um grupo mirim de cavalo marinho recém-formado. Após a formação da mesa, foi realizada a contextualização do seminário retomando a realização da primeira edição, realizada antes da pandemia, em 2019.
“Temos o compromisso de construir junto com vocês o Plano de Salvaguarda do Cavalo Marinho, um bem que em 2024 completa 10 anos registrado como Patrimônio Nacional. Tem valor cultural para o Estado de Pernambuco e para toda uma nação. São poucos grupos de cavalo marinho hoje então nossa responsabilidade é ainda maior de levar esse legado para gerações futuras”, afirmou Renata Borba.
A presidente ainda enfatizou que o Plano de Salvaguarda deve ser construído pelos fazedores e detentores do saber e conhecimento. “Nós, do poder público, estamos aqui com o papel de facilitadores. O patrimônio imaterial tem esse diferencial: é construído e salvaguardado por quem o faz”, disse. “O bem registrado, quando completa 10 anos, entra em um processo de revalidação. Não temos dúvida de que o cavalo marinho vai ser revalidado como Patrimônio Nacional, mas temos toda a burocracia para ser vencida para cumprir tudo o que a legislação determina e formalizar essa revalidação”, falou.
Claudia Rodrigues expressou a emoção que sentiu ao assistir à apresentação do grupo mirim de cavalo mirim. “Quando vemos uma apresentação como a de hoje, além de muita emoção, ficamos com a esperança e a certeza de que a tradição está sendo passada para os mais jovens e que esse tema não vai deixar nunca de existir, porque é uma paixão. É muito gratificante”, agradeceu.
A mesma emoção foi compartilhada por Wanessa Santos: “Vimos hoje um grande caminho nessa discussão: reconhecer o legado dos mestres e das mestras que vieram antes de nós e trazer as crianças para levar esse legado para frente, para outras gerações”.
Já Wagner Egito reforçou a importância da representatividade dos Conselhos Culturais. “Os Conselhos são as únicas instâncias deliberativas da política cultural do Estado. Tudo o que vocês quiserem saber, reivindicar ou elogiar da cultura, oficialmente, procurem os Conselhos e seus conselheiros”, sugeriu.
Na sequência do evento coube a Rizonaldo Silva e Marcelo Renan dissertar sobre o Reconhecimento como Patrimônio Cultural, Elaboração do Plano de Salvaguarda e Processo de Revalidação em 2024. A primeira parte do seminário terminou com um primeiro debate.

TRÊS EIXOS – À tarde foram estabelecidos os eixos de debates e a divisão dos participantes em três grupos de discussão de cada um deles: 1. Valorização econômica e sustentabilidade; 2. Preservação da memória, promoção e difusão; e 3. Transmissão dos saberes, ensino e preservação.
Após os debates segmentados, os participantes retornaram ao espaço comum para realizar a pactuação para a próxima fase da elaboração do Plano de Salvaguarda.
Na discussão e considerações finais foram colocadas questões importantes para a manifestação, como a constituição jurídica dos cavalos marinhos, a elaboração de um inventário das personagens e loas do brinquedo e a participação efetiva dos municípios, por meio da gestão executiva e de seus conselhos culturais.
A partir das questões colocadas no seminário, a Fundarpe e o Iphan farão uma sistematização das abordagens; um novo contato com os municípios para que participem ativamente ativamente do processo; e a programação de um novo evento, no primeiro semestre de 2024, para a efetiva elaboração do Plano de Salvaguarda.
O 2º Seminário de Políticas Culturais e Salvaguarda do Cavalo Marinho foi encerrado com a apresentação do grupo mirim e do consagrado Cavalo Marinho Estrela de Ouro de Aliança.
“A Fundarpe precisa destes momentos para que estas escutas sejam validadas para que nossa equipe possa levar estas propostas e com isso provocar mudanças de dentro para dentro, estruturais, da rotina de trabalho, da forma de colocar conceito nos editais, nos documentos e validá-los”, analisou Marcelo Renan. “Estes espaços são extremamente importantes e atendem às expectativas do debate”.

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