Destaques Regional Últimas Notícias

Tracunhaém se prepara para o Centenário do Mestre Baé

Tracunhaém celebra em 2021 o centenário do Mestre Baé,  trabalhador rural, artesão, ceramista, escultor, músico, um autêntico multiartista e representante da cultura popular.

A relevância da sua contribuição à cultura popular pode ser constatada no trabalho dos seus filhos Eliú e Evilásio Leão (Mano de Baé), que estão organizando uma programação alusiva ao centenário e será realizada no próximo mês de Novembro.

Manoel Leão Machado (1921-2002), o Mestre Baé, foi cortador de cana nos engenhos da região na sua juventude, um destino de milhares de cidadãos da zona da mata pernambucana, consequência direta da economia baseada na monocultura da cana-de-açúcar.

O ambiente da escola natural de arte e cerâmica tracunhaense, aliado a condição socioeconômica, diga-se a necessidade de fomentar a renda familiar, foram fatores que condicionaram a descoberta da sua vocação de ceramista e escultor, contemporâneo de Lídia Vieira, Severino de Tracunhaém, Antônia Leão e Maria Amélia.

Mestre Baé se notabilizou por expressar em suas obras cenas cotidianas, com as esculturas de casais abraçados ou dançando, e os tipos humanos que estão simplesmente “empareados”, entre outras figuras expressivas. Com traços e características próprias, marcadas por reunir simplicidade e sofisticação, suas obras estão presentes em espaços como o Museu do Homem do Nordeste; Museu do Estado de Pernambuco; Memorial da América Latina em São Paulo; além de coleções particulares.

Mestre Baé também teve uma trajetória intensa enquanto músico, sempre com seu inseparável cavaquinho, foi um tocador muito requisitado em Tracunhaém e cidades circunvizinhas, para participar de festas populares, chegou a elaborar músicas sob encomenda, utilizadas nas propagandas eleitorais de candidatos que disputavam eleições na região. Também foi servidor público municipal da prefeitura municipal de Tracunhaém, trabalhava em atividades de jardinagem e conservação das praças públicas.

Por Aécio Oberdan

Deixe um comentário