A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anuncia mais uma novidade para o Vestibular 2013: das 6.961 vagas oferecidas pela instituição, 870 serão destinadas para alunos cotistas, obedecendo a lei publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (30). De acordo com a norma, os concursos seletivos deverão destinar 50% das vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. As universidades terão até quatro anos para se adequar à nova realidade, a partir de 2012.
Na UFPE, do total das 870 vagas reservadas às cotas, 435 serão oferecidas a alunos com renda per capita familiar de até 1,5 salário mínimo e a outra metade obedecerá a critérios raciais. Serão utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) sobre a proporção de pardos, negros e índios no Estado.
O aluno Sidney Sheldon, de 18 anos, da Escola Sizenando Silveira, apoia a decisão da UFPE. “A gente sabe que tem um déficit muito grande entre o ensino público e o privado. Eu não tenho a mesma preparação de alguém que estuda no Damas, por exemplo. Só isso já desestimulava, pois pensava que não tinha chance de competir com o pessoal da rede privada. Agora tenho mais razões para estudar.”
Já o fera Rodrigo Brito, 19, que estuda em cursinho pré-vestibular particular, achou a lei “absurda”. O jovem, que há três anos tenta uma vaga para o curso de mediciana disse que a lei é “obviamente um absurdo. O governo está querendo resolver um problema criando outro”, disparou. Para ele, “um investimento a longo prazo em qualidade na educação básica não dá visibilidade política, mas uma lei que beneficia a baixa renda dá crédito a um governante que pretende se reeleger”.
A pró-reitora da UFPE, professora Ana Cabral, esclarece que o calendário de provas será mantido. A primeira fase – na qual será usada a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – será realizada nos dias 3 e 4 de novembro. A segunda fase, aplicada pela Comissão de Vestibular (Covest) da própria instituição, acontecerá nos dias 2 e 3 de dezembro. Ana Cabral antecipa que a única alteração possível em relação às provas será a data de início das inscrições, prevista para 11 de setembro. “Essa data poderá ser adiada em 3 ou 4 dias”, esclarece a pró-reitora.
O reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, explica que, com a nova lei, o bônus de 10% que a instituição oferecia na nota de alunos egressos da rede pública não valerá mais. Assista à entrevista com o reitor:
RURAL – O vice-reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Marcelo Carneiro Leão, informou, através da assessoria de imprensa, que está aguardando o texto ser regulamentado para levar a discussão aos conselhos superiores da universidade. Ao contrário da UFPE, o ingresso na UFRPE já é feito exclusivamente através do Enem e Sisu (Sistema de Seleção Unificada).
*Com informações do NE 10
