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Usina Petribu inicia safra 2019/20

Por Josi Marinho

A Usina Petribu é a mais antiga em operação no Brasil, com quase 300 anos de história. Nascida às margens do Rio Capibaribe, no município de Lagoa do Itaenga, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, atua nos segmentos de açúcar, etanol, bioeletricidade e gases renováveis. A sua história está interligada com a consolidação da economia pernambucana, especialmente com as fases do cultivo da cana de açúcar, carro-chefe durante séculos do desenvolvimento do Estado.
A Usina Petribu conta com uma área de aproximadamente 20 mil hectares de plantação de cana-de-açúcar, que é capaz de processar mais de 8,5 mil toneladas de cana por dia, resultando em 20 mil sacos de açúcar. Visando ampliar cada vez mais esses resultados, a safra 2019/20 começou oficialmente no último dia 10 de agosto e o empreendimento já colocou suas máquinas nas lavouras. A probabilidade de um aumento da oferta de produto e o acordo econômico internacional para esse setor são algumas das variáveis que aumentam a expectativa para os resultados desse novo ciclo.
Diante de uma perspectiva climática positiva, com regularidade de chuvas durante todo o ciclo de moagem, a safra poderá ultrapassar a previsão inicial da quantidade de cana moída. O Diretor Presidente do Grupo Petribu, Jorge Petribu, explica que fatores ambientais também influenciam nos resultados. “Devido aos muitos anos de seca, o solo tem muitas falhas e só se recupera ao longo de cinco ou seis anos. Como a seca grave foi em 2016/2017 só teremos o canavial totalmente recuperado em 2022”, pontua. No entanto, com uma projeção de aumentar a produção da safra passada, a expectativa é que “apesar desses reveses, esperamos ter uma safra maior do que o ano passado e podemos chegar a mais de um 1,4 mi de toneladas de cana. Não é o que nós planejamos, pois nossa perspectiva é atingir 1,6 milhões de toneladas de cana, mas temos esperança. A cana deve ter uma recuperação de preço a partir do mês de outubro. É isso que a gente espera”, ressalta Jorge Petribu.
Internacional – O acordo Mercosul-União Europeia, assinado no final do mês de junho, foi um passo importante e que pode levar a uma maior abertura comercial para o setor de açúcar e etanol. Ele abre novas perspectivas de negócios também para outros mercados. As quantidades estabelecidas nesse pacto comercial podem elevar o valor exportado dos dois produtos (para o bloco) a mais de R$ 2 bi por ano, contra R$ 600 milhões no ano passado. Os dados foram divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), e equivale a 7% do total de recursos gerados pelo país com a exportação total dos produtos em 2018.
Jorge Petribu avalia que as novas regras estabelecidas podem ser consideradas um passo sólido na direção de uma maior abertura comercial. “Esse acordo foi muito importante para todos os setores, especialmente para o agrícola, pois o Brasil é muito forte no agronegócio. Este ano já teremos uma redução de tarifas do açúcar que exportamos para a Europa. Então, teremos um preço melhor e mais remunerativo por conta desse acordo”, comemora.
No ano passado, o Brasil exportou 349 mil toneladas de açúcar e 43 milhões de litros de etanol para a União Europeia. Até o atual acordo, o açúcar brasileiro se enquadrava na cota CXL, de 780.925 toneladas, com uma tarifa de 98 euros por tonelada. No etanol, era aplicada uma tarifa de 0,19 euro/litro, o que praticamente impedia o acesso ao mercado.
Reconhecimento – Jorge Petribu recebeu do presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, a Comenda Banco do Nordeste de Desenvolvimento Regional como o empresário destaque no Nordeste. A entrega do título aconteceu no último dia 19 de julho, em Fortaleza, no Ceará. A direção do Banco prestou a homenagem ao empresário pela sua “relevante contribuição com a promoção do desenvolvimento sustentável do Nordeste brasileiro”.
Ao receber a homenagem, Jorge Petribu ressaltou que “apesar de todas as adversidades, de todo o aperto financeiro, de toda a queda de produtividade agrícola que a seca nos impôs, sempre nos mantivemos firmes nos princípios de honestidade e trabalho. Então vamos continuar fazendo o correto, o melhor, mesmo que a natureza continue a nos desafiar”.
Durante a cerimônia, foram homenageadas outras personalidades, a exemplo da categoria Político-institucional, na qual foram reconhecidos o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, o presidente do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.

*Matéria publicada na edição de Agosto do Jornal Voz do Planalto

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