Destaques

Bola no campo e cerveja no copo

 

A disputa dos classicos da primeira fase da Copa do Mundo foram além dos jogos e chegaram à mesa do bar: caracteríscas e curiosidades das cervejas das principais seleções

O Ibope já comprovou o que todo brasileiro sempre soube: futebol e cervejas são suas duas maiores paixões. Claro que em época de Copa do Mundo essas manias nacionais são as protagonistas da festa e como não poderia deixar de ser, a Sociedade da Cerveja aproveitou o ensejo e convidou o beer sommelier Túlio Rodrigues para criar a batalha dos clássicos: a disputa no campo entre as seleções chegou no universo cervejeiro e os principais jogos da 1ª fase do campeonato viraram cenário dessa batalha.

Grupo A – Brasil X México

De clima tropical e povo alegre, as duas seleções optam por cervejas leves e refrescantes. Mas nessa batalha aí nós ganhamos: nosso estilo preferido – a pilsen – representa aproximadamente 60% das cervejas e chopps produzidos em todo o mundo.

Brasil: Mais do que saborear cervejas, o brasileiro a tem como uma companheira em seus momentos de comemorações e confraternizações. Nosso clima e gastronomia pedem uma cerveja leve, refrescante, com baixo amargor e de fácil bebebilidade, por isso o brasileiro elegeu o estilo pilsen, ou american lager como seu predileto (98% do consumo nacional). Leveza que lembra os dribles do Neymar e que se contrapõe a nossa gastronomia de boteco, rica em condimentos, sabores e força, como a defesa de nossa seleção!

México: Civilizações milenares como a Asteca e a colonização espanhola, tem influencia direta em sua cultura. Com uma gastronomia é famosa por ser muito picante, tanto quanto o ataque de sua seleção, que vêm nos fazendo sofrer em nossos últimos encontros. Para contrapor a sua gastronomia condimentada, o mexicano prefere cervejas ainda mais leves, como as do tipo “draft, tanto que criou uma bebida que é  conhecida como michelada, composta de cerveja “draft”, suco de limão e molho picante.

Grupo B – Espanha X Holanda

Esse clássico dos gramados, Espanha e Holanda tem muita história para contar no mundo da cerveja.

Espanha: Os espanhóis também mostram certa preferência pelo estilo pilsen, mas optam por versões mais encorpadas e amargas que as servidas por aqui, pois assim exige sua gastronomia mediterrânea, rica em peixes, frutos do mar, sempre regadas a excelentes azeites extra virgens, além de conviverem com uma temperatura média anual predominantemente fria. No verão, para quebrar o evidente amargor da cerveja é comum adicionar-se refresco de limão, transformando-se então em um super refrescante coquetel, a “clara”.

Holanda: A proximidade com duas importantes “escolas cervejeiras” – Alemanha e Bélgica – influencia fortemente os variados estilos cervejeiros holandeses. Amsterdã, inclusive, é um típico exemplo da diversidade cervejeira da Holanda, cosmopolita e com cervejarias que vão de micro a macro. Tem estilos para agradar a todos os gostos sem restringir.

Grupo C – Japão X Colômbia

Tanto nos gramados quanto em tradição cervejeira, ambos não representam os maiores destaques locais, mas mesmo estando em lados opostos no globo, tem hábitos muito parecidos quanto a preferência no estilo cervejeiro.

Japão: Ao contrário do que muitos pensam, a cerveja é sim a bebida alcoólica dos japonês, que preferem cervejas leves e claras, da família Lager que se encaixam perfeitamente com sua rica gastronomia vinda do mar. Porém nem todas são assim, existem as mais fortes, encorpadas e alcoólicas.

Colômbia Os colombianos também preferem cervejas leves e claras, da família Lager, como os estilos American Light Lager e Pilsen. No futebol a novidade também fica a desejar: a melhor colocação da seleção colombiana foi um 14º lugar em 1962.

Grupo D – Inglaterra X Itália

Esse clássico dos gramados, Inglaterra e Itália estão distantes de serem comparados no mundo cervejeiro, aqui a Inglaterra “ainda” ganha de goleada!

Inglaterra: A cerveja é um orgulho para os ingleses, que é uma das mais importantes escolas cervejeiras do mundo. O país é responsável pela criação de importantes estilos cervejeiros como English Pale Ale, Stout, Porter e IPA – Índia Pale Ale. Sua intensa cultura cervejeira manifesta-se fortemente pelos famosos pub’s ingleses, que desde a idade média é ponto de encontro obrigatório entre os britânicos.

Itália: Quando se fala em Itália, logo vem à mente seus fantásticos vinhos, porém a cultura cervejeira italiana está em plena transformação e evolução, o gosto pela cerveja vem crescendo muito, principalmente entre os jovens. Os estilos cervejeiros mais comuns na Itália, tem muita influência de países próximos e tradicionais na cerveja como Áustria, Alemanha e República Tcheca (consumo predominantemente do estilo pilsen).

Grupo E – Suíça X França

Suíça e França não figuram entre os países que mais se destacam no mundo cervejeiro, mas no cenário futebolístico a França possui grande vantagem sobre o país do chocolate.

França: A França é outro país que ao se falar de bebidas, logo vem à mente seus maravilhosos espumantes da região de Champagne e vinhos de Bourdeaux, Borgonha, Provance. Apesar disso o francês possui boa tradição cervejeira, muito inspirada pelo vizinho do norte, a Bélgica. Com isso, suas cervejas são predominantemente intensas e aromáticas, excelentes para acompanhar sua riquíssima gastronomia.

Suíça: A história da cerveja na suíça começou há muito tempo, quando tribos Celtas habitaram o que hoje é a Suíça. Hoje em dia, recebe influências de todos os países que a rodeiam, mesmo assim a diversidade no consumo de estilos não é seu forte, preferindo o estilo pilsen.

Grupo F – Argentina X Bósnia

Com grande vantagem da Argentina sobre a Bósnia no universo futebolístico (o país europeu é estreante na Copa de 2014), no mundo cervejeiro os países estão praticamente empatados no ranking.

Argentina: O consumo de cervejas na Argentina vem crescendo muito nos últimos dez anos ultrapassando o consumo de vinho, que por muito tempo foi praticamente sozinho a bebida do dia a dia dos argentinos. Seu estilo cervejeiro predileto também é o pilsen.

Bósnia: A economia vem sendo dura com este país, com isso o consumo de cervejas vem caindo ano a ano. A maioria de suas cervejarias foram estabelecidas antes do século 19 e hoje em dia produzem basicamente cervejas do estilo Pilsen. 

Grupo G – Alemanha X Estados Unidos

Nesse clássico do mundo cervejeiro, Alemanha e Estados Unidos estão entre os quatro mais importantes países / escolas cervejeiras do mundo.

Alemanha: A cultura da cerveja deve muito à Alemanha, pois a bebida faz parte de seu cotidiano há mais de 2000 anos. Em 1614 foram catalogados mais de 120 estilos cervejeiros no país. Cada cidade tem pelo menos uma cervejaria e o país é o maior produtor e consumidor da Europa. Principais estilos cervejeiros são: Bock, Schwarzbier, Marzen, Munik Dunkel e Weissbier.

Estados Unidos: A história dos EUA e da cerveja se confundem. A bebida sofreu muitos altos e baixos, até praticamente sua extinção na década de 1930 por causa da Lei Seca. Hoje em dia, é um dos mais importantes países no novo cenário cervejeiro, principalmente por sua ousadia e diversidade, muitas vezes abusando dos aromas, álcool e principalmente amargor.  Responsável pela reinvenção de vários novos estilos cervejeiros como: APA – American Pale Ale, East IPA, Imperial IPAs, entre outras.

Grupo H – Bélgica X Rússia

Os países possuem histórias e preferências muito diferentes no universo cervejeiro e, sem sombra de dúvidas, a Bélgica ganha de lavada na briga da gelada – não só contra a Rússia, mas possivelmente contra todos os outros países. Todos os anos os estilos belgas recebem o título de melhor cerveja.

BélgicaA mais rica e diversa escola cervejeira mundial, a Bélgica é o paraíso das cervejas. Nesse país podem-se encontrar todas as famílias de cervejas: Ale, Lager e de fermentação espontânea. As cervejas belgas são riquíssimas em aromas e sabores, tanto quanto sua gastronomia, o que facilita muito as perfeitas harmonizações. Com qualificações únicas como Cuvée, Brut Reserve, Grand Cru, os estilos cervejeiros são muitos. Alguns deles: Belgian Gonden Ale, Belgian Strong Ale, Lambic, Geuze.

RússiaPaís conhecido como grande consumidor de vodka, a Rússia tem um excelente mercado consumidor de cervejas. Costumeiramente os russos categorizam suas cervejas por suas cores e não por seus estilos cervejeiros. Até 2011 as bebidas com menos de 10% de álcool eram consideradas alimentos, hoje em dia a legislação controla e regulamenta fortemente o setor. Um dos estilos prediletos é o Imperial Russian Stout.

 

Deixe um comentário