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Campanha de enfrentamento à violência doméstica tem início em Tamandaré

Diante do grave problema social decorrente do derramamento de petróleo na costa do Nordeste e da paralisação das atividades econômicas desempenhadas pelas trabalhadoras do mar e do mangue, o Núcleo de Apoio à Mulher-NAM articulou com o poder público e a sociedade e iniciou, a partir da cidade de Tamandaré, campanha sobre a temática da violência doméstica e familiar contra a mulher. O objetivo desta campanha é de realizar eventos semelhantes em todos os municípios do litoral pernambucano, a fim de atingir o maior número possível de pescadoras e marisqueiras.
A Coordenadora do Núcleo de Apoio à Mulher do MPPE, a Promotora de Justiça Maria de Fátima de Araújo Ferreira, explicou que as incertezas em relação ao sustento das famílias que sobrevivem das atividades de pesca e da coleta de mariscos indicam a necessidade de atuação da rede de proteção à mulher. A primeira oficina foi realizada ontem (10), com a presença de cerca de 120 mulheres, na Escola Integral de Tamandaré, na cidade de mesmo nome, na Mata Sul do Estado.
“O ócio e a ausência de renda são elementos que podem incrementar as agressões em ambiente doméstico. Por isso, estamos elaborando calendário de oficinas para promover a conscientização sobre o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. Vale destacar que iniciamos pelo município de Tamandaré, em reconhecimento ao seu povo, uma vez que foi o primeiro local em ocorreu a mobilização popular voluntária para remover o petróleo das praias”, ressaltou Maria de Fátima de Araújo Ferreira.
Durante a oficina, a mestre em História, professora Érika Gualberto, ministrou exposição sobre o papel da mulher nas comunidades pescadoras e marisqueiras ao longo da história e a interface com a violência contra a mulher.
“A palestra buscou introduzir conhecimentos históricos referentes à presença feminina na região litorânea de Pernambuco, através das trabalhadoras do mar e manguezais. Para responder a um possível aumento na violência de gênero, as mulheres podem criar alianças com o intuito de gerar renda enquanto perdurar o dano ambiental”, salientou a historiadora.

Foto: Reprodução

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