G1 PE
Um golpe vem acabando com o sonho de ser jogador de muitos meninos de Pernambuco. De acordo com a polícia, um homem está fingindo ser um olheiro — profissional que descobre os jovens talentos e os leva para os clubes de futebol — para tirar dinheiro desses jovens. Já há registros da fraude na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata do estado.
Em entrevista ao NETV 1ª Edição desta quarta-feira (13), alguns dos meninos que foram enganados pelo falso olheiro contaram que o homem aparecia nos campos em que eles costumam treinar. Na Região Metropolitana, atuava no Recife, em Olinda e no Paulista. Já na Zona da Mata, em Glória do Goitá. Depois de identificar os melhores jogadores, prometia levá-los para grandes clubes brasileiros e também do exterior. Para isso, no entanto, pedia depósitos antecipados.
No Recife, o golpista chegava a cobrar R$ 900 a cada menino. Ele explicava que o dinheiro era necessário para comprar as passagens de avião, mas seria devolvido assim que os jovens chegassem aos clubes. Em Maranguape, no Paulista, um eletrotécnico chegou a pagar R$ 500 para ajudar o filho e alguns colegas a se tornarem jogadores profissionais. “Pedi para minha mãe comprar uma chuteira nova. Queria chegar com tudo novo para me destacar e realizar o sonho de ser jogador o mais rápido possível. E, assim, ajudar minha família”, conta um dos meninos.
De acordo com a polícia, o dinheiro era depositado na conta de uma mulher. Ao NETV 1ª Edição, ela disse que também era enganada. A mulher disse que o golpista tinha sua senha bancária; mas garante que, depois de saber do golpe, cancelou a conta. Segundo ela, só havia R$ 1 real de saldo no banco.
Agora, o caso está sendo investigado pelo Departamento de Repressão ao Estelionato da Polícia Civil. De acordo com o delegado Fernando José de Souza Filho, o golpista já foi identificado, mas sua identidade não pode ser divulgada para não atrapalhar o decorrer das investigações. “O procedimento policial já foi instaurado e pessoas já estão sendo ouvidas”, informa o delegado.
