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Lei Seca terá equipes permanentes no Interior

A Operação Lei Seca em Pernambuco, proporcionalmente a maior do País, avança para o Interior do Estado e expande, de forma permanente, seus pontos de fiscalização para as regiões do Agreste, Sertão e Zona da Mata. O lançamento do projeto aconteceu nessa quarta-feira (31/10), às 9h, no auditório do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), na Av. Frei Damião de Bozzano, bairro de Indianópolis, no município de Caruaru, com a presença do secretário estadual de Saúde, Antonio Carlos Figueira e do coordenador-executivo da Operação Lei Seca, tenente-coronel André Cavalcanti.

“Inicialmente, começamos o projeto de interiorização da Lei Seca, este ano, acompanhando o calendário turístico do Estado nos principais eventos e festas que concentram grande número de condutores. Nas duas primeiras e grandes incursões que fizemos, sendo a primeira no Sertão do Araripe, nos festejos de São Sebastião, e a segunda no agreste pernambucano, durante a Semana Santa, já mensuramos concretamente osbenefícios da Operação. Hoje, a população ganha a atuação permanente dessas equipes e a certeza do nosso comprometimento com a preservação da vida”, pontua o secretário estadual de Saúde, Antonio Carlos Figueira.

A partir da data, serão realizados bloqueios diários por três novas equipes, que percorrerão simultaneamente os municípios em horários variados, todos os dias da semana. Uma frota de três vans informatizadas, três guinchos, quatro motos e quatro viaturas e mais 77 profissionais contratados para compor os grupos, sendo 32 militares, 24 agentes do Detran e 21 técnicos possibilitarão a ampliação da Lei Seca para todas as cidades do Estado. Para manter essa estrutura a SES investirá, mensalmente, cerca de R$ 570 mil.

Os três pontos de bloqueio itinerantes, com o mesmo formato já realizado na Região Metropolitana do Recife (RMR), percorrerão todas as cidades do Agreste, Sertão do Araripe, Sertão do São Francisco e Zona da Mata, priorizando os municípios que apresentam as taxas mais elevadas de mortalidade. Só em 2011, o número de óbitos por acidente de transporte terrestre nessas regiões, exceto RMR, somou 1.422 vítimas fatais. Desses, 619 óbitos foram apenas em decorrência dos acidentes com motos. No ranking das cidades com os maiores números de óbitos absolutos, em 2011, estão Petrolina, Caruaru e Araripina, com 108 (taxa de mortalidade de 36%), 75 (taxa de mortalidade de 23,5%) e 40 mortes (taxa de mortalidade de 51,4%), respectivamente. Os municípios também lideram o maior número absoluto de óbitos por acidentes de moto.

“Sabemos que acidentes envolvendo motociclistas chegam a representar quase 50% dos números nessas regiões. Portanto, estaremos focados, em especial, nesses condutores. Nossas blitzes estarão posicionadas em locais estratégicos, buscando assim resultados mais efetivos. Nossa atuação não será mais pontual e sim o ano inteiro. Percebemos que existe uma demanda crescente de solicitações para emprego da Lei Seca em consequência dos resultados positivos que vem apresentando. A população está sendo muito receptiva”, ressalta o coronel Cavalcanti.

Após obter bons resultados com uma redução significativa no número de acidentados nas grandes emergências da RMR, onde atua com seis blitzes móveis diárias, e realizar ações pontuais, ainda como projeto-piloto, nas cidades do Interior que apresentavam o maior número de óbitos por acidentes com veículos de transporte terrestre, a Operação Lei Seca inicia, efetivamente, a regionalização de suas ações com o objetivo de coibir a associação entre o consumo de bebidas alcoólicas e direção.

Comparando o período em que a Operação Lei Seca atuou na região do Araripe com as mesmas datas do ano passado, entre os dias 20 e 30 de janeiro, quando não houve a atuação das equipes, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) registrou uma redução de 68% na taxa de mortes por acidentes. No ano passado, 16 pessoas morreram, enquanto este ano, cinco mortes foram computadas.

Desde dezembro de 2011, quando foi instituída como política governamental sob a coordenação da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a Operação Lei Seca já autuou 530 motoristas por crime de embriaguez e recolheu quase sete mil carteiras de habilitação. No total, cerca de 200 mil veículos foram abordados nas blitzes realizadas na RMR e Interior do Estado. Os números estão consolidados até setembro deste ano. Com a ampliação, a Operação Lei Seca conta com 218 profissionais da SES, Detran e Polícia Militar.

LEGISLAÇÃO-A Lei 11.705, que alterou o Código de Trânsito Brasileiro, proíbe a ingestão de qualquer quantidade de bebida alcoólica por condutores de veículos. Assim, motoristas flagrados excedendo o limite de 0,2 grama de álcool por litro de sangue pagarão multa de R$ 957, poderão perder a carteira de motorista por um ano, após conclusão de processo administrativo no Detran, e ainda terão o carro retido no local da blitz até a apresentação de um condutor apto a guiá-lo. Uma única lata de cerveja ou uma taça de vinho já é o suficiente para superar a medida-limite do etilômetro, também chamado de bafômetro. Quem for flagrado com mais de 0,6 grama de álcool por litro de sangue (equivalente três latas de cerveja) poderá ser preso.

MAIOR DO BRASIL- A Lei Seca de Pernambuco é, proporcionalmente, a maior operação de alcoolemia do Brasil. Isso porque o RJ, a segunda maior, conta com oito equipes, só que  o Grande Rio é composto de 19 municípios (contra 14 da RMR) e população de 12.434.611 habitantes (contra 3.717.640 habitantes da RMR, ou seja, cerca de 4 vezes maior) e área de 5.645 quilômetros quadrados (contra 2.751,454 km2 da RMR, ou seja, o dobro do nosso território).

 

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