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Lixão de Carpina será fechado em cinco anos

A inclusão do lixão de Carpina entre os cinco mais emblemáticos do Brasil reacende o debate sobre a política de resíduos sólidos no estado. Carpina é emblemático pelo quadro de irregularidades denunciado por mais de uma vez: condições precárias de trabalho dos catadores e destino de lixo oriundo de várias fontes. Ali, na Mata Norte, despejaram-se de rejeitos domésticos e industriais a hospitalares, com registros de catadores perfurados com agulhas. Por tal face, além de incluído na lista quíntupla de emblemáticos, a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a Internacional Solid Waste Association (ISWA) colocaram o lixão de Carpina entre os cinco do país a serem fechados em cinco anos. A tarefa para transformá-lo em aterro sanitário deve começar em março, período previsto para o início das ações nos lixões de Camacan, na Bahia, Divinópolis, em Minas Gerais, e Jaú, em São Paulo. No lixão estrutural, em Brasília, o trabalho começou neste mês. Atingir a meta em Carpina não será simples, conforme indica o plano de ação traçado, uma vez que prevê mapeamento social e ambiental, envolvimento do governo local, construção de alternativas e monitoramento das mudanças. Trabalho complexo e capaz de nortear ações para outras mais de cem cidadesas que ainda despejam resíduos sólidos em lixões.

Lista mundial

O projeto que prevê o fechamento do lixão de Carpina tem caráter mundial. Em todo o planeta, pretende-se encerrar as atividades de 50 lixões a céu aberto. Isso até 2030. Nos 50 lixões, segundo a Abrelpe e a ISWA, são depositadas 22 milhões de toneladas de lixo por ano, equivalente a 2,5 vezes a produção anual de café no mundo.

Fim inadequado

Mais de dois terços dos municípios pernambucanos descartavam dejetos em lixões em 2015, segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em números exatos, 129 das 184 cidades. O estudo dizia que somente 32 municípios faziam o descarte em aterros sanitários e 23 encaminhavam os resíduos para aterros controlados.

Patamar abaixo

A lista de cidades pernambucanas que não destinam o lixo para aterros sanitários incluem polos regionais. Entre eles, Caruaru e Garanhuns, no Agreste, Serra Talhada e Salgueiro, no Sertão. Garanhuns integrava a lista de aterros, segundo o Tribunal de Contas. Em 2015, caiu de patamar junto a Caetés, Capoeiras, Correntes, Lagoa do Ouro e São João.

*Diario de Pernambuco

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