Finalmente foi publicada nessa terça-feira (8), no Diário Oficial de Pernambuco, uma portaria que estabelece a parceria entre diversos órgãos ligados ao meio ambiente para criação de um parque de preservação do tatu-bola da Caatinga (Tolypeutes tricinctus). Oito órgãos ficaram incumbidos de elaborar a proposta técnica da reserva, isso em até 30 dias. Entre eles estão a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Centro de Pesquisas Ambientais do Nordestes (Cepan). O Parque deverá ter mais ou menos 75 mil hectares, e ficará localizado numa área que abrange os municípios de Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, no Sertão do Estado.
Apesar de ficar famoso como o mascote da Copa do Mundo de 2014, o tatu-bola está longe de ser queridinho. Os “Fulecos” figuram na lista das 120 espécies que correm risco de extinção, por conta da ação desenfreada do homem contra a Caatinga. No mês passado, reuniões foram realizadas no campus de Ciências Agrárias da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), para discutir que áreas iriam servir como base ao “Parque Nacional do Tatu-Bola do Semi-Árido”. Participaram do evento representantes da secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, professores membros do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (Crad) da Univasf e representantes das prefeituras dos municípios de Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista.
O Crad e a Univasf não só mapearam terras mais favoráveis para a instalação do Parque, como também pressionaram o Governo. O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Carlos André Cavalcanti, admitiu que o a viabilização da reserva ecológica só foi possível porque muitas instituições, não ligadas ao Estado, tomaram a causa para si. “Sempre escutamos a população, e as instituições de ensino acabam servindo como porta-voz da população”, afirmou.
Cavalcanti explicou que após a elaboração do projeto para o Parque, o Consema deverá aprovar e que, só depois, o governador irá ratificar. A próxima reunião do Conselho será em agosto, mas não tem data definida. Ainda de acordo com o diligente, após a aprovação de todos os órgãos competentes, será criado um grupo gestor e um plano de manejo para o Parque. “Vamos definir onde será construída a sede do Parque do Tatu-bola, as trilhas de passeio e etc”, pontuou. A previsão é que o parque fique pronto no final de 2015.
SAIBA MAIS
Na internet há um abaixo-assinado, criado pelo pesquisador da Caatinga e professor da UFPE, Felipe Melo. Na página virtual, o ambientalista pede a criação imediata de um parque para preservação da espécie do tatu-bola. Ele também aponta o descaso no trato do bioma no Sertão pernambucano. “Por favor, não deixe a Copa acabar sem que o Governo Brasileiro se comprometa com a preservação do tatu-bola, assine pela criação do Parque do Tatu-Bola”, pediu o pesquisador por meio deste link.
