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Companhia espanhola encena ‘Islândia’ em Copacabana

POR LUIZ FELIPE REIS- O Globo

O diretor e coreógrafo Marcos Morau tem sido apontado como um dos mais importantes renovadores da dança espanhola da última década. Vencedor do Premio Nacional de Danza 2013, concedido pelo ministério da Cultura do país, o criador, de 32 anos, tem construído seu nome através das obras criadas com a sua companhia, a La Veronal. Convidados da 5ª edição do Tempo Festival, eles se apresentam pela primeira vez no Brasil nesta terça e quarta-feira com “Islândia”, às 21h, no Espaço Sesc. A montagem é uma das mais elogiadas criações do repertório da La Veronal. Formado há dez anos, o grupo é um coletivo de artistas multimídia, que reúne técnicas de teatro, dança, fotografia e vídeo para criar obras inspiradas em diferentes cidades e países. Criado em 2012, “Islândia” é a sexta parte de uma decalogia que já inclui “Suecia” (2009), “Maryland” (2010), “Finlandia” (2010), “Russia” (2011), “Moscow” (2011), “Siena” (2013) e “Portland” (2013).

— Cada lugar é uma desculpa para nos referirmos e pensarmos o mundo, mas criamos um novo mundo a partir de um lugar conhecido — diz Morau.

Em sua pesquisa, o coreógrafo busca possibilidades de movimento a partir do que tais lugares oferecem, desde a geografia e a topografia como também o contexto político, social e econômico. “Islândia” tem como base desde as intensas atividades sísmicas e geológicas do país, assim como a crise financeira que ele atravessou em 2008 — a escolha não é em vão, já que a Espanha também enfrenta uma crise.

— A Islândia se tornou modelo, referência, mostrou que é possível fazer as coisas de outra forma, distante das imposições do mercado e do sistema financeiro — diz o encenador. — Eles encontraram uma via para sair da crise muito diferente das dos outros países da Europa. Isso se revela e é manifestado na peça.

Mas não de um modo explicativo, descritivo, literal, e sim de modo lúdico, próximo ao onírico, que se materializa pela junção e a disjunção entre imagens e significados.

— Gosto da dança por sua capacidade de abstração — diz. Não descrevemos ou ilustramos o lugar, é como se alguém tivesse um sonho e reconstruísse a realidade a seu gosto, com as mudanças de ângulos e de percepção próprias dos sonhos.

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